Israel cobra ONU por silêncio após morte de civis em Gaza
Governo israelense acusa Hamas e questiona se vidas só importam quando ligadas à ONU

O governo de Israel voltou a cobrar uma reação da ONU após o ataque que matou cinco funcionários palestinos da Gaza Humanitarian Foundation, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. A fundação é financiada pelos governos de Israel e dos Estados Unidos e atua na distribuição de alimentos em regiões fora do controle do Hamas.
Na madrugada de quinta-feira, 12, o Ministério das Relações Exteriores de Israel republicou uma mensagem da COGAT, autoridade israelense que coordena atividades civis em áreas palestinas, afirmando:
“O Hamas assassinou cinco trabalhadores humanitários da Gaza Humanitarian Foundation e sequestrou outros. Nenhuma declaração da ONU. Nenhum pedido de investigação. Nenhuma indignação.”
A publicação questiona se “vidas humanitárias só importam quando vestem crachá da ONU” e exige que a comunidade internacional reconheça os crimes cometidos pelo Hamas contra civis que atuam na entrega de ajuda.
O ataque ocorreu na noite de quarta-feira, 11, quando um ônibus da fundação foi alvejado enquanto se dirigia a um centro de distribuição de alimentos. Além dos mortos, há relatos de feridos e desaparecidos. Segundo a fundação, os funcionários assassinados eram todos palestinos.
A GHF denunciou que vinha recebendo ameaças do Hamas e afirmou que o ataque foi “deliberado e bárbaro”.
A ausência de reação das Nações Unidas foi destacada por autoridades israelenses como indicativo de um duplo padrão, já que a organização costuma emitir notas formais e cobrar investigações quando as vítimas são ligadas a suas próprias agências.
A fundação atua fora dos canais tradicionais da ONU e de ONGs internacionais, sendo criticada por operar com segurança privada e respaldo militar israelense.
Desde o início de suas operações, a entidade já enfrentou críticas de organizações humanitárias ligadas à ONU, que acusam o modelo de violar princípios de neutralidade.
Para Israel, o silêncio da ONU diante da morte de trabalhadores da fundação aprofunda a percepção de seletividade nas respostas internacionais ao conflito.