Ex-marido que matou professora afogada em Mazagão é condenado a 18 anos de prisão
Crime ocorreu em 2021 na zona rural do município de Mazagão. Cinco meses antes do feminicídio, vítima havia denunciado seu agressor, mas deixou de comparecer à audiência no dia marcado e o processo foi arquivado.
Elden Carlos / Editor
O juiz Luiz Carlos Kopes, da Vara Única da Comarca de Mazagão, condenou na noite de quinta-feira (26) a 18 anos de prisão o réu Nicodemos Dias de Alcântara, de 35 anos, que foi considerado culpado pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Júri pelo feminicídio que teve como vítima sua ex-companheira, a professora Simone Luz de Freitas, de 47 anos, que foi morta por afogamento em agosto de 2021 em um rio da comunidade São Pedro do Lago do Ajuruxi, na Zona Rural de Mazagão.
O magistrado considerou os agravantes de motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. O advogado de defesa do réu contestou a decisão, alegando que a confissão de seu cliente foi tomada de forma arbitrária e que o Ministério Público ofertou denúncia com base em laudo inconclusivo sobre a causa da morte.
Após a leitura da sentença, Nicodemos foi levado de volta do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) para início do cumprimento da pena em regime fechado.
- Entenda o caso
Segundo o processo, testemunhas já haviam relatado aos policiais que Nicodemos não aceitava o fim do relacionamento e estava tentado reatar, porém, durante uma discussão em agosto de 2021, ele a teria agredido e afogado.
No dia 19 de novembro de 2020, Simone procurou a delegacia para comunicar que estava sendo ameaçada por Nicodemos, de quem estava separada a cerca de um mês. Naquele dia, ela relato que havia sofrido agressões físicas e psicológicas, e que o agressor passou a fazer rondas noturnas no entorno da casa dela, inclusive, a ameaçando através de ligações. Simone requereu medida protetiva de urgência.
No dia 4 de março de 2021, ela não compareceu à audiência no Fórum de Mazagão para tratar sobre o caso. O processo acabou arquivado por falta da presença da vítima. Cinco meses depois, no dia 21 de agosto daquele mesmo ano, Simone acabou sendo morta pelo ex-companheiro.