Polícia

Delegado Sidney Leite é denunciado pelo MP-AP por organização criminosa

Na denúncia, assinada pelos promotores de Justiça Andréa Guedes, Christie Girão e Rodrigo Assis, estão anexadas conversas entre o delegado e Ryan Richelle, o ‘Tio Chico’, líder da maior facção em atividade no Amapá.

Elden Carlos/Editor

O delegado da Polícia Civil do Amapá, Sidney Leite, foi denunciado pelo Ministério Público do Amapá (MP-AP) à 1ª Vara Criminal de Macapá pelos crimes de organização criminosa e exploração de prestígio. O ex-titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), foi preso na madrugada de 14 de setembro deste ano durante a operação ‘Queda da Bastilha’, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado.

Na denúncia, assinada pelos promotores de Justiça Andréa Guedes, Christie Girão e Rodrigo Assis, estão anexadas conversas entre o delegado e Ryan Richelle dos Santos Menezes, o ‘Tio Chico’, de 29 anos, que foi transferido no dia 23 para o presídio federal de Mossoró, distante 267 quilômetros de Natal, capital do Rio Grande do Norte (RN).

‘Tio CHico’ foi encaminhado para presídio federal em Mossoró (RN)

Segundo a Promotoria, Sidney Leite e o líder da maior facção em atividade no Amapá operavam um grande esquema criminoso que envolvia outros agentes públicos, presidiários e advogados. Na primeira fase da operação, foram expedidos 8 mandados de prisão e 22 de busca e apreensão contra os investigados.

Ryan Richelle foi um dos presos na operação que investiga uma organização criminosa altamente estruturada e que gerenciava crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsidade ideológica, prevaricação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Outro preso foi o delegado da Polícia Civil, Sidney Leite, que se licenciou da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) para disputar o cargo de deputado estadual nas eleições gerais deste ano.

Sidney Leite teve a prisão preventiva decretada por supostamente ter facilitado a saída de Tio Chico da prisão por meio de um esquema de laudos médicos falsos dentro do Iapen. Em uma troca de mensagens interceptada pela PF, Sidney acerta detalhes da saída de ‘Tio Chico’, líder da mais violenta facção em atividade no Amapá.

Pelo esquema, um médico – intermediado por advogados – emitia laudos falsos atestando doenças graves para os detentos serem autorizados a cumprir a pena em regime domiciliar. O delegado licenciado teria entrado em contato com o responsável pelo esquema para facilitar a saída a Ryan, pedindo na conversa que: “Não o esqueça em seus ‘planos’”.

Para os investigadores, seria uma indicação de recebimento de vantagens indevidas. Em uma das conversas interceptadas, Ryan diz ter pago R$ 150 mil para conseguir a prisão especial.

Sidney tentou, ainda, alugar um carro blindado para o dia que Ryan saísse da prisão, mas não conseguiu. O ex-titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes buscou também um local para o integrante da facção ficar hospedado após a saída da cadeia e lamentou que se não fosse o uso da tornozeleira eletrônica, ‘Tio Chico’ poderia ficar escondido na casa do delegado.

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