Polícia

Júri de ex-policial acusado de matar empresária é suspenso após 12 horas

A juíza Lívia Simone, presidente do júri, suspendeu o julgamento às 20h40. Os debates serão retomados às 8h30 desta terça-feira (18).

Elden Carlos

Editor

A juíza Lívia Simone, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Macapá, suspendeu na noite de segunda-feira (17), o julgamento do ex-policial civil Leandro Freitas, de 29 anos, que foi denunciado pelo crime de feminicídio contra a empresária Kátia Silva, de 46 anos, morta com um tiro no peito em julho de 2020.

A presidente da sessão declarou que o recesso foi necessário em razão do cansaço sofrido ao longo do dia. “Já são 20h40. Estão todos cansados, advogados e promotores, jurados. Na verdade, é um recesso maior para continuidade amanhã, às 8h30”, declarou a magistrada.

No primeiro dia do júri, cinco testemunhas foram ouvidas. Ainda faltam outras cinco, sendo três de acusação e duas de defesa. Também haverá o depoimento de três peritos, totalizando treze pessoas.

Durante o júri, haverá apresentação da arma utilizada no crime. Também será realizada uma simulação no estacionamento do Fórum para demonstrar a dinâmica dos fatos. A simulação foi requerida pela Promotoria e autorizada pela juíza.

Acusação

A denúncia ofertada pelo MP-AP sustenta que o policial civil foi o responsável pela morte da empresária, ocorrida durante discussão do casal. De acordo com a perícia, a vítima foi atingida com um tiro disparado a curta distância [à queima roupa] e o caso foi caracterizado como feminicídio.

Defesa

Já a tese da defesa, alega que não há provas suficientes para apontar que o disparo foi efetuado por Leandro Silva e declara, ainda, que o réu nega envolvimento amoroso com a vítima. Para a defesa, o disparo foi feito pelo filho da própria vítima.

Prisão

Leandro Silva, que foi preso em flagrante, recebeu autorização para responder em liberdade quatro meses após o caso, em novembro de 2020, mas voltou ao Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), em 2021.

Sobre o caso

Segundo denúncia ofertada pelo Ministério Público do Amapá, e com base nos autos do processo, no dia 8 de julho de 2020, no bairro Jardim Marco Zero, zona sul de Macapá, Leandro Silva e Kátia Silva, que mantinham um relacionamento amoroso há quase dois meses, foram até a residência do filho da vítima para uma comemoração. Segundo testemunhas, o policial civil, que ingeria bebida alcoólica, estava alterado e manuseava uma arma de fogo, o que causou desconforto entre os presentes.

Posteriormente, teria passado a discutir do lado de fora do imóvel. As pessoas presentes na festa ouviram um estampido de tiro. Ao chegar em frente à residência, eles teriam se deparado com a empresária ferida e caída no chão. Leandro tinha um ferimento na altura do ombro.

Expulsão

No dia 24 de agosto deste ano, o governador do Estado assinou a demissão do agente da Polícia Civil Leandro da Silva Freitas. Em 2021, o Conselho Superior da corporação decidiu desligá-lo por embriaguez e uso indevido de arma institucional. Faltava a publicação do decreto no Diário Oficial do Estado, o que ocorreu naquele dia.

Imagens: Paulo Leal

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