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Confronto entre Azerbaijão e Armênia deixa mais de cem mortos

Países da Europa pediram prudência às duas nações que têm longo histórico de provocações militares nas últimas décadas

Pelo menos 100 soldados do Azerbaijão e da Armênia morreram nos confrontos mais violentos entre os países rivais desde a guerra de 2020, que levaram a comunidade internacional a pedir “prudência” e uma solução pacífica para o conflito.

“Cinquenta militares do Azerbaijão morreram após uma provocação armênia de longo alcance” na fronteira entre os dois países, disse o Ministério da Defesa em comunicado divulgado nesta terça-feira (13).

Por sua parte, o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, anunciou perante o Parlamento que “no momento temos 49 (militares) mortos e, infelizmente, não é o número definitivo”. Ambos os países acusam-se mutuamente de iniciar as hostilidades.

Os novos combates, que explodiram na segunda-feira (12) à noite, demonstram como a situação é volátil e ameaçam acabar com o frágil processo de paz mediado pela União Europeia.

O Azerbaijão acusou o rival de violar “intensamente” o cessar-fogo anunciado pela Rússia, que entrou em vigor às 3h00 no horário de Brasília.

Um pouco antes, o Azerbaijão havia afirmado que cumpriu “todos os seus objetivos” nos combates registrados na fronteira com a Armênia.

O ministério armênio da Defesa informou ao meio-dia (hora local) que a intensidade dos confrontos “diminuiu consideravelmente”, mas que a situação é “muito tensa” em alguns pontos. “O inimigo continua tentando avançar”, afirmou o ministério.

Pedidos de prudência

Armênia e Azerbaijão, duas ex-repúblicas soviéticas rivais do Cáucaso, travaram duas guerras nas últimas três décadas pelo controle da região de Nagorno-Karabakh, a última delas em 2020.

Pashinian denunciou uma “agressão” do Azerbaijão e, em conversas telefônicas durante a noite, pediu uma reação do presidente russo, Vladimir Putin, do presidente francês, Emmanuel Macron e do chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.

Macron telefonou nesta terça-feira (13) para o colega do Azerbaijão, Ilham Aliyev, para expressar “grande preocupação” pela violência e pedir para que ambas as partes “voltem a respeitar o cessar-fogo”. O líder francês também pediu a intensificação das negociações e se ofereceu para ajudar ao lado da União Europeia, disse o Palácio do Eliseu.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também exortou os dois países nesta terça-feira a “tomar medidas imediatas para reduzir as tensões” e “resolver todos os problemas por meio do diálogo”, disse o porta-voz do chefe das Nações Unidas, Stéphane Dujarric.

A União Europeia pediu o fim das hostilidades e anunciou que o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que havia liderado uma mediação entre os dois países, discutiria com as duas partes em conflito.

Antony Blinken, por sua vez, chamou os líderes de ambos os países a encontrar uma solução para o conflito.

A Rússia também pediu “prudência”, disse à imprensa o assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, especificando que o conselho de segurança da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, na sigla em inglês), uma aliança militar liderada por Moscou, planeja discutir o assunto durante uma reunião por videoconferência.

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