Embrapa restringe acesso ao Campo Experimental do Cerrado como prevenção à vassoura-de-bruxa da mandioca

A Embrapa Amapá restringiu o acesso ao Campo Experimental do Cerrado, localizado na BR 210, município de Macapá (AP), a partir desta quarta-feira, 25, como medida preventiva fitossanitária diante do risco de contaminação pelo fungo causador da vassoura-de-bruxa da mandioca.
A decisão vale por tempo indeterminado e restringe o acesso de empregados não lotados no campo, visitantes, prestadores de serviços e parceiros institucionais.
De acordo com a pesquisadora Cristiane Ramos de Jesus, a medida foi tomada com base em protocolos técnicos e visa proteger cultivos experimentais.
“A vassoura-de-bruxa da mandioca é uma doença grave e de rápida disseminação. Pode comprometer a produtividade e até inviabilizar cultivos de mandioca em determinadas regiões. É importante ressaltar que estamos agindo preventivamente”, explicou.
Os empregados da Embrapa que atuam no Campo Experimental do Cerrado continuarão com suas atividades, mas com restrições. Um caminho alternativo foi definido para o deslocamento diário, com o objetivo de reduzir riscos de contaminação.
Além disso, foram adotadas outras práticas de biossegurança, como a desinfecção de calçados e veículos, e a proibição do trânsito entre setores do campo sem higienização adequada.
A partir de análises da Embrapa Amapá e a Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), foi confirmado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, em 2024, o primeiro relato da presença, no Brasil, do fungo Ceratobasidium theobromae, também conhecido como Rhizoctonia theobromae, causador da doença vassoura-de-bruxa” da mandioca.
A dispersão do fungo Ceratobasidium theobromae pode ocorrer por meio de material vegetal infectado, ferramentas de corte, além de possível movimentação de solo e água. A movimentação de plantas e produtos agrícolas entre regiões pode facilitar a dispersão do patógeno, aumentando o risco de infecção em novas áreas.