Número de pessoas com HIV em tratamento no Brasil cresce 84% durante os últimos 11 anos
Portadores do vírus que recebem acompanhamento médico alcançaram a marca de 1 milhão em 2024
Em 11 anos, o número de pessoas diagnosticadas com HIV que recebem acompanhamento médico saltou de 545.592 para 1.004.191 no país, o que representa um aumento de 84%, segundo a série histórica do painel de monitoramento do Ministério da Saúde. A supervisão considera o período entre 2014 e 2024.
Do total de pessoas diagnosticadas neste ano, 83% estão em fase de tratamento com medicamentos antirretrovirais, e apenas 15% interromperam o uso da medicação.
O HIV é um retrovírus que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Em sua forma mais grave de infecção, o vírus causa a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).
Por estar presente no sangue, a transmissão do vírus ocorre por meio de compartilhamento de agulhas e seringas, transfusão de sangue contaminado e de mãe para filho, durante a gravidez.
O combate ao vírus utiliza medicamentos antirretrovirais que ajudam a impedir a multiplicação do HIV no organismo, evitando o enfraquecimento do sistema imunológico. O uso regular do remédio permite ao portador do vírus aumentar a qualidade de vida e ajuda na redução de internações e infecções por doenças oportunistas.
Saúde pública
Relatório divulgado pela Unaids, das Nações Unidas, aponta que das 39,9 milhões de pessoas vivendo com Aids no mundo, cerca de 9,3 milhões ainda não têm acesso a medicamentos essenciais. No ano passado, 630 mil pessoas morreram de doenças relacionadas ao HIV, e em pelo menos 28 países o número de infecções está aumentando.
De acordo com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a cada 25 segundos alguém no mundo é infectado pelo HIV. E um quarto das pessoas que vivem com o vírus não tem acesso aos tratamentos.
Este ano, o Brasil alcançou a meta global das Nações Unidas ao diagnosticar 96% das pessoas estimadas de serem infectadas por HIV que não sabiam da condição sorológica. Entretanto, o país ainda não alcançou a meta de tratamento, que representa o percentual das pessoas que conhecem seu diagnóstico e estão em tratamento.
O dado da pasta mostra que do total de pessoas com HIV e acompanhamento médico, 676.422 são homens e 326.730, mulheres. A faixa etária dos 40 a 59 anos possui a maior porcentagem por ambos os lados: 28,4% (feminino) e 16,6% (masculino).