As pesquisas e ações de transferência de tecnologias da Embrapa para produção de açaí seguro e produção sustentável de camarão, junto a comunidades ribeirinhas do Estuário Amazônico (ponto de encontro entre o Amapá e o Pará), serão fortalecidas com a execução de dois projetos custeados pela Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Como parte da programação da 53ª Expofeira Agropecuária do Amapá, realizada de 29 de agosto a 8 de setembro em Macapá (AP), o superintendente da Sudam, Paulo Rocha, e o chefe-geral da Embrapa Amapá, Antonio Claudio Almeida de Carvalho, vão assinar um Termo de Execução Descentralizada (TED) no valor de R$ 970 mil.
O recurso será repassado à Embrapa para executar ações voltadas a soluções tecnológicas e de qualificação visando fortalecer a bioeconomia do açaí em comunidades do arquipélago do Bailique (distrito de Macapá) e do município de Afuá (PA); e de tecnologias para produção sustentável de camarão em comunidades ribeirinhas de Mazagão (AP) e Afuá. Os projetos terão duração de dois anos.
Açaí
Estão sendo planejados cursos de formação para 40 agentes multiplicadores como extensionistas rurais, técnicos de cooperativas e associações; implantação de Unidades de Referência Tecnológica (URTs); além de capacitação sobre o processo produtivo da bebida fermentada de açaí tinto nas comunidades atendidas no Arranjo Produtivo Local (APL) de açaí.
De acordo com o planejamento do projeto, deverá ser elaborada uma publicação técnica com o diagnóstico sobre o APL de açaí e as demandas tecnológicas priorizadas no Bailique e no Afuá.
Outra ação destinada a dinamizar a bioeconomia do açaí é treinar multiplicadores em boas práticas de fabricação de açaí em batedeira, nos aspectos de colheita, seleção e beneficiamento dos frutos e armazenamento.
Camarão-da-Amazônia
O projeto voltado ao camarão planeja, entre outras atividades, elaborar uma Nota Técnica descrevendo requisitos do fluxo logístico para monitoramento da produção, comercialização direta e difusão de tecnologias sustentáveis.
Outra ação prevista é a busca pela identificação e caracterização de agentes causadores de doenças no camarão-da Amazônia em pelo menos duas comunidades na foz do rio Amazonas e indicar uma estratégia de práticas de controle de doenças.
Este projeto atende a necessidade de soluções tecnológicas para o combate à escassez de camarão-da-amazônia nas regiões de Mazagão (Amapá) e Afuá (Pará). A análise dos dados permitirá determinar a prevalência, mortalidade, distribuição dos agentes etiológicos e fatores de risco.
Mapas de risco serão elaborados e os resultados serão disseminados por meio de publicações, workshops, palestras e materiais informativos para as comunidades pesqueiras.
Serão repassadas tecnologias de manejo pesqueiro de camarões de água doce a até 60 agentes multiplicadores de comunidades ribeirinhas da região de Mazagão e Afuá.
Esta etapa tem por objetivo adaptar práticas de manejo pesqueiro visando à redução da pressão de captura sobre os estoques naturais de camarões em comunidades ribeirinhas, por meio de URTs, oficinas de formação para confecção de apetrechos para captura sustentável.