Centro Folclórico Lagostão foi construído no início dos anos 1970 pelo ex-prefeito João Maciel. Suspeita é de que fagulhas de fogos de artifício tenham caído sobre o telhado coberto de palha.
Elden Carlos / Editor
Um incêndio de grandes proporções destruí em minutos, na tarde de quinta-feira (24), meio século de história cultural da cidade de Afuá, localizada na mesorregião da Ilha do Marajó, no Pará. O Centro Folclórico Lagostão, construído nos anos de 1970 pelo ex-prefeito João Maciel, foi consumido pelas chamas durante o jogo de estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo contra a Sérvia.
A suspeita é de que fagulhas de fogos de artifício tenham atingido o teto do centro folclórico, que era coberto com palha e tinha as paredes revestidas com bambu. O material altamente inflamável fez com que as chamas se propagassem rapidamente. A Brigada de Incêndio de Afuá e funcionários de uma empresa madeireira que utilizada uma balsa contra incêndios agiram rapidamente. A população também se mobilizou para conter as chamas.
Ao mesmo tempo em que se buscou apagar as chamas do centro folclórico, os brigadistas montaram a estratégia para impedir que o fogo se alastrasse para as moradias próximas. Não houve registro de feridos. Um homem foi detido e encaminhado à delegacia de Polícia Civil suspeito de ter sido o autor da queima de fogos (pistolas) que provocaram o sinistro.
O prefeito de Afuá, Mazinho Salomão, declarou localmente que a prefeitura vai atuar para reconstruir o espaço com as mesmas características estruturais. O Centro Folclórico Lagostão estava preparado para realizar nesta sexta-feira (25) a já tradicional Seresta da Cidadania.
Histórico
O Centro Folclórico Lagostão foi construído em inaugurado entre 1971 e 1972 por João Maciel, prefeito do município por dois mandatos. João Maciel era um empresário visionário e apaixonado pela cultura e história folclórica do município.
O local foi palco de grandes acontecimentos e manifestações culturais. Entre as grandes marcas registradas do Lagostão estava o baile da flores. No início, a entrada no baile exigia que homens usassem paletó e gravata e as mulheres vestidos longos confeccionados com tecidos que comprados na capital, Belém, e transportados em barcos à vela até o município marajoara.
Imagens: Divulgação/ redes sociais