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Violência no Brasil é maior do que em guerra sangrenta no Sudão

Levantamento aponta que violência no Brasil é maior do que países em guerra como o Sudão, Ucrânia, Iêmen e República Democrática do Congo

Mesmo não sendo oficialmente uma nação em guerra, os níveis de violência no Brasil ultrapassam o de países com enfrentam conflitos armados prolongados, como é o caso do Sudão. Localizado na norte da África, o país é palco de uma das piores crises humanitárias recentes, em que mais de 12 milhões de pessoas já foram forçadas a deixarem suas casas em meio à disputa interna pelo poder.

Mapa da violência no Brasil

  • Em 2024, o Brasil registrou 35.365 casos de homicídio doloso, quando há intenção de matar. O dado consta no Mapa da Segurança Pública, divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
  • Segundo o levantamento, 97 pessoas foram assassinadas por dia em 2024.
  • Já o número de vítimas de tentativa de homicídio chegou a casa de 40.874 pessoas, um aumento de 7,47% em relação a 2023.
  • Os casos de lesão corporal seguida de morte também apresentaram aumento, e chegaram a 729.

Os cerca de 50 milhões de sudaneses enfrentam um conflito civil desde 2023, após os dois principais grupos militares do país, responsáveis por um golpe de Estado em 2021, entrarem em rota de colisão.

Desde então, os combates entre as Forças Armadas Sudaneses (FAS) e as Forças de Suporte Rápido (RSF) espalharam devastação na terceira maior nação da África. Segundo estimativas recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 150 mil pessoas, entre militares e civis, já morreram durante a guerra – na qual o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenta intervir sem muito sucesso.

Apesar dos números alarmantes, indicadores apontam que a violência no Sudão é ainda menor do que no Brasil, segundo relatório recente do projeto Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED).

Situação brasileira

Especializado em apresentar um panorama global de onde, e como, os conflitos estão acontecendo pelo mundo, o ACLED possuí quatro indicadores que calculam os níveis de violência em países: letalidade, difusão geográfica, perigo para civis e o número de grupos armados.

Neste ranking, o Brasil ocupa a sétima posição, e fica entre os dez países mais perigosos do mundo.

Ao todo, o monitor registrou 9.305 casos de violência no país entre janeiro e o fim de novembro, onde 4.449 atingiram diretamente civis. Já no Sudão as ocorrências chegaram a 3.650 durante o mesmo período, com 1.530 registros contra a população civil.

As primeiras posições são ocupadas por nações que enfrentam, ou enfrentaram, guerras recentes, como Palestina, Mianmar e Síria. Outros países que figuram entre os mais perigosos também apresentam problemas relacionados com atividades de organizações criminosas, ou de grupos jihadistas.

De acordo com dados entre dezembro de 2024 e novembro deste ano, até mesmo Ucrânia e Rússia possuem níveis de violência menores do que o Brasil, apesar dos mais de três anos de guerra no Leste Europeu.

Apesar da situação alarmante, o Brasil recentemente desceu uma posição na lista de países mais perigosos ao redor do mundo, ao ser ultrapassado pelo Equador. Atualmente, o país liderado por Daniel Noboa enfrenta uma grave crise de segurança, impulsionada principalmente por organizações criminosas que atuam na região.

Na tentativa de contornar a situação, o líder equatoriano chegou a apelar para Erik Prince, um importante empresário norte-americano que atua ramo de mercenários e já prestou serviços para o governo dos Estados Unidos, para combater a violência.

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