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As exigências inaceitáveis de Putin para o fim da guerra

Moscou apresenta memorando com termos que incluem a neutralidade militar da Ucrânia e reconhecimento de territórios invadidos

A Rússia apresentou nesta segunda-feira, 2, um memorando com exigências à Ucrânia durante as negociações em Istambul. No documento, o Kremlin estabelece os interesses da ditadura de Vladimir Putin para a resolução do conflito.

Em troca de um cessar-fogo de 30 dias, Moscou pede à Ucrânia a retirada completa do seu exército das regiões de Kherson, Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia – invadidas pela Rússia desde o início da guerra-, em 2022.

Além disso, as autoridades russas buscam o reconhecimento, por parte de Kiev, dessas regiões como territórios russos, o que garantiria uma zona desmilitarizada.

Outra parte do documento propõe o levantamento de todas as sanções econômicas impostas à Rússia e o reconhecimento internacional dos territórios em disputa como regiões russas.

Além da retirada, o texto inclui duas alternativas para o cessar-fogo. Na primeira opção, Moscou exige que a Ucrânia se retire a uma certa distância.

Na outra alternativa, o exército ucraniano ficaria restrito a movimentações que visem cumprir a retirada a uma distância previamente acordada entre os países.

A Rússia ainda exige que a Ucrânia adote uma política de neutralidade, o que impediria a sua adesão a alianças militares, entre as quais a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Por fim, Moscou insiste na interrupção completa do fornecimento de armamento ocidental a Kiev e a suspensão das trocas de inteligência com países aliados.

O documento contém também uma série de trocas humanitárias, como anistia mútua para presos políticos e civis detidos.

De acordo com o negociador russo, Vladimir Medinsky, o memorando foi “cuidadosamente elaborado”.

Anteriormente, a Ucrânia já havia rejeitado a maior parte dessas condições apresentadas pelas autoridades russas, principalmente os termos que envolvem a legitimação dos seus territórios invadidos.

Sob esses termos apresentados pela Rússia, um consenso parece impensável.

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