De boca seca a cansaço: médicos apontam sintomas de desidratação
Nova onda de calor atinge, principalmente, o centro-sul do país. Saiba quais são os principais sinais de desidratação em crianças e idosos
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Com as mudanças climáticas, as ondas de calor têm se tornado cada vez mais frequentes, levando as temperaturas a ultrapassarem os 40°C em algumas regiões. O fenômeno, além de causar grande desconforto, representa sérios riscos à saúde, principalmente em grupos específicos.
A desidratação ocorre quando o organismo tem uma quantidade insuficiente de água, o que pode ser fatal sem o tratamento adequado. Enquanto o corpo humano consegue sobreviver por semanas sem alimento, a maioria das pessoas resiste apenas de dois a quatro dias sem água.
“Crianças e idosos correm mais risco de desidratação porque têm um sistema de regulação da temperatura e da quantidade de líquido do corpo mais frágil”, explica a nefrologista Flávia Gonçalves, do Hospital Sírio-Libanês em Brasília.
Segundo a médica, as crianças possuem maior quantidade de água corporal, mas não conseguem controlar bem a perda de líquido, o que as torna mais vulneráveis. Nos idosos, a falta de percepção da sede é um fator preocupante, aliado a possíveis doenças como alterações renais, o que dificulta a reposição adequada de líquidos.
Sintomas como boca seca persistente, irritabilidade, sonolência excessiva, diminuição do volume urinário e pele seca requerem atenção imediata nesses grupos. Casos mais graves podem incluir confusão mental, desorientação e, em crianças, choro persistente.
Para adultos saudáveis, os sinais iniciais de desidratação são conhecidos, aponta o médico Wandyk Alisson, da Clínica Eclissée, em Balneário Camboriú. “Boca seca, pele ressecada, cansaço, tontura e redução no volume da urina são os sintomas mais comuns”, ensina.
Além da quantidade, a urina precisa apresentar uma coloração clara, que indicaria uma ingestão de água adequada. A falta de suor, que pode surgir em ambientes muito quentes e secos, também é um sinal de alerta.
Como se proteger da onda de calor
- Mantenha-se hidratado, bebendo água regularmente ao longo do dia.
- Procure ficar em locais ventilados e com ar-condicionado sempre que possível.
- Reduza o tempo de exposição ao sol, especialmente nos horários de pico.
- Prefira roupas leves e claras, que ajudam a manter o corpo fresco.
- Evite esforços físicos excessivos durante o calor intenso para não sobrecarregar o corpo.
- Opte por alimentos leves, frescos e ricos em água para ajudar na digestão e hidratação.
Qual é a quantidade ideal de água?
Para evitar a desidratação, as recomendações diárias são:
- Adultos: de 30 a 35 ml por quilograma de peso corporal, podendo aumentar de acordo com a atividade física e calor.
- Crianças: 1 a 1,5 litros diários, variando com a idade, sendo menor em bebês.
- Idosos: quantidade semelhante à dos adultos, mas é importante incentivar a ingestão regular, mesmo sem sede, devido à menor percepção da necessidade de beber.
Medidas para reverter a desidratação
Segundo Alisson, a reposição hídrica oral é a principal medida em casos de desidratação leve. “Beber água em pequenos goles e com frequência ajuda a repor o líquido perdido”, orienta o especialista. O uso de soluções de reidratação oral também é recomendado para equilibrar os eletrólitos.
Além disso, o médico aconselha buscar ambientes frescos e arejados para evitar mais perda de líquidos. Consumir alimentos ricos em água, como frutas e vegetais, também pode ajudar. “Se os sintomas persistirem ou piorarem, é essencial procurar atendimento médico”, alerta o médico.