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Após tensão entre Trump e Petro, Honduras convoca reunião de países latinos sobre imigração

Meio ambiente e unidade das nações também estão entre os temas do encontro, marcado para ocorrer em 30 de janeiro em Tegucigalpa

Após tensão entre Donald Trump (Estados Unidos) e Gustavo Petro (Colômbia), a presidente de Honduras, Iris Xiomara Castro de Zelaya, usou as redes sociais neste domingo, (26) para informar sobre a convocação de uma reunião, marcada para o dia 30 de janeiro, dos países que formam a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), para debater diversos temas, entre eles a imigração.

A reunião é em caráter de urgência e será realizada em formato híbrido. O encontro vai ocorrer em Tegucigalpa, capital de Honduras. Os itens da pauta da reunião são migração, meio ambiente e unidade latino-americana e caribenha. Todos os presidentes e chefes de Estado que compõem a Celac foram convidados, entre eles o Brasil e a Colômbia.

Mais cedo, o governo colombiano confirmou a participação de Petro na assembleia. “Esta reunião será uma oportunidade para abordar questões estratégicas para a região, como a cooperação em matéria de migração, a proteção dos direitos humanos e o fortalecimento das relações entre os países membros. Em preparação para esta reunião de cúpula, foram mantidas conversações com Honduras, país que detém a presidência da Celac, a fim de promover uma abordagem regional aos desafios da migração e garantir condições dignas para os cidadãos da região”, diz.

Petro recusou a entrada de aviões americanos com colombianos deportados por causa do tratamento dado aos cidadãos. A medida motivou Trump a anunciar sanções contra a Colômbia – entre os exemplos, estão aumento da tarifa sobre os bens e revogação de vistos para funcionários do país sul-americano. O presidente colombiano, então, respondeu que ia também taxar os produtos estadunidenses e colocar um avião presidencial para buscar os deportados.

Além disso, os EUA anunciaram que, a partir desta segunda-feira, (27), vão fechar a seção de vistos na Colômbia. “Em resposta à negativa do presidente Petro de aceitar dois voos com deportados colombianos, a Embaixada dos EUA na Colômbia fechará amanhã a seção de vistos. Novas medidas de represália serão implementadas em breve”, afirmou a fonte.

Nas redes sociais, Petro respondeu Trump. “Seu bloqueio não me assusta; porque a Colômbia, além de ser o país da beleza, é o coração do mundo. Eu sei que você ama a beleza como eu, não a desrespeite e ela lhe dará sua doçura”, disse. “Eles me informaram que vocês colocaram uma tarifa de 50% sobre o fruto do nosso trabalho humano para entrar nos EUA. Eu faço o mesmo. Que nosso povo plante o milho descoberto na Colômbia e alimente o mundo”, completou o colombiano.

Petro fala, ainda na publicação, ser defensor da democracia e de direitos humanos. “Com a sua força econômica e arrogância, pode tentar levar a cabo um golpe de Estado como fizeram com Allende. Mas eu morro na minha lei, resisti à tortura e resisto a você. O que quero ao lado da Colômbia são os amantes da liberdade. Se você não puder me acompanhar, irei para outro lugar”, disse.

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