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Delegado diz que deputado Hildegard tentou “incriminar policiais” que prenderam assessor parlamentar com cocaína e arma de fogo dentro de carro alugado para o gabinete dele

Prisão ocorreu na madruga desta quinta-feira (24) na rodovia Duca Serra, próximo ao bairro do Coração. Veículo tinha saído em alta velocidade do conjunto Aquaville, em Santana.

Elden Carlos / Editor

com apoio de Núbia Pacheco e Luis Eduardo

Ouça a entrevista com o delegado Jurandir Bentes na íntegra

O assessor parlamentar Amadeu Moraes de Souza Júnior, foi preso em flagrante na madrugada desta quinta-feira (24) pelos crimes de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo. Segundo o delegado Jurandir Bentes, que estava como plantonista no Centro Integrado em Operações de Segurança Pública (Ciosp) de Santana, na região metropolitana, Amadeu foi preso próximo ao bairro Coração por policiais que integravam a “Operação Protetor”, e que haviam ativado uma barreira de controle na rodovia Duca Serra. O delegado disse que o veículo apreendido consta como alugado para o gabinete do deputado estadual Hildegard Gurgel (UNIÃO). Uma mulher que acompanhava o secretário de gabinete também recebeu de voz de prisão.

Hildegard Gurgel

Em nota, o deputado Hildegard Gurgel informou que o veículo não pertence à Assembleia Legislativa do Amapá e nem foi alugado pelo seu gabinete. Por telefone, a assessoria da Assembleia Legislativa reforçou a nota do deputado dizendo que “o carro não pertence a instituição e nem é alugado” (veja nota completa no final desta reportagem).

“…o que de fato não é comum, é o sujeito utilizar um carro público, um carro alugado para Assembleia, que está à disposição do deputado Hildegard, de quem esse sujeito, esse Amadeu é assessor, e o carro estava aqui em Santana e foi interceptado pela Polícia Militar na Operação Protetor. Dentro do carro foi encontrado cocaína e uma arma de fogo tipo revólver”, disse o delegado. Além de cocaína, também havia várias pedras de crack.

Delegado Jurandir Bentes disse que deputado tentou “incriminar policiais militares” que realizaram prisão do assessor parlamentar

A autoridade policial revelou que durante a lavratura do flagrante o deputado estadual esteve no Ciosp de Santana, e que colocou em xeque a legalidade da prisão, sugestionando que os policiais poderiam ter forjado a droga no veículo.

“O que me causa espécie, e isso tenho que dizer, é que o deputado Hildegard esteve aqui no Ciosp comigo, e tentou questionar, dizendo pra mim que possivelmente o policial militar tivesse (entre aspas) ‘plantado’, ou seja, colocado a droga dentro do carro. Um absurdo, porque uma pessoa dessa, em vez de procurar esclarecer para coletividade que paga o salário dele, paga o salário do deputado, que aluga o carro pra ele, o carro é alugado com dinheiro público e estava à disposição do gabinete dele, em vez de tentar esclarecer e até pedir desculpas pelo fato, ainda tentou incriminar o policial militar dizendo que o policial militar possivelmente tivesse colocado a droga dentro do carro”, declarou o delegado.

Amadeu Moraes aparece no Portal da Transparência da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) ocupando o cargo em comissão de Secretario de Gabinete -GPSG-01, lotado desde fevereiro de 2023, com remuneração base de R$ 10.128,90, além de verbas indenizatórias de R$ 1.600,00, conforme constante no contracheque do mês de setembro.

Por meio de nota, a assessoria de comunicações do deputado Hildegard Gurgel informou:

Nota de Esclarecimento
O deputado Hildegard Gurgel informa que o veículo utilizado por um de seus assessores, envolvido em uma ocorrência policial, não pertence à Assembleia Legislativa do Amapá e nem foi alugado pelo seu gabinete. O deputado também informa que a investigação já está sendo realizada pela Polícia Civil e que todas as medidas relacionadas ao autor do delito são de sua própria responsabilidade. O deputado Hildegard Gurgel informou que reafirma a confiança no trabalho da polícia do estado do Amapá.

Por telefone, a assessoria da Assembleia Legislativa disse que:

“de fato, o carro não pertence a instituição e nem é alugado. Reforça a informação citada pela assessoria do deputado”.

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