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Brasileiros relatam tensão por familiares no Líbano: “Matando civis”

Dados apontam que a comunidade libanesa no Brasil é quase o dobro da população do Líbano. Brasileiros morreram no conflito com Israel

Na última semana, após meses de tensão, o mundo viu uma escalada da violência entre Israel e o grupo Hezbollah, que desencadeou uma nova guerra, com a invasão do Líbano. Inimigos de longa data, o país e o grupo xiita travam outro embate 18 anos após o conflito de 2006.

Os ataques preocupam a numerosa comunidade libanesa no Brasil. De acordo com o advogado e cônsul honorário do Líbano. em Goiás, Hanna Mtanios Hanna Jr., cerca de 10 milhões de libaneses e descendentes de libaneses estão no país, quase o dobro da população do próprio Líbano, estimada em quase 5 milhões de habitantes.

A troca de agressões entre Israel e Hezbollah na fronteira do Líbano, antes ocasional, cresceu após o início da guerra na Faixa de Gaza. O grupo xiita foi um dos primeiros a declarar apoio ao Hamas no conflito com Israel, e, em 8 de outubro de 2023, iniciou uma série de ataques contra posições israelenses.

Para invadir o Líbano por terra, a principal justificativa do governo de Israel, em busca do Hezbollah, é o restabelecimento da segurança na região e o retorno de israelenses deslocados.

Tensão e preocupação

Hanna Jr. informou que tem recebido diversas pessoas no consulado libanês, em Goiânia, tensas e preocupadas com familiares que ainda estão no país. Segundo ele, um dos principais problemas é a falta de informação.

“Recebo aqui no consulado pessoas tensas e preocupadas, sem condições financeiras para trazer os familiares, sem a documentação – haja vista que é necessário todo um trâmite burocrático para viagens tão longas. E também não é só trazer esses familiares, existe uma logística para recebê-los, a condição de vida, alocação de trabalho. São vários os fatores complicadores”, aponta.

Segundo o advogado, a comunidade libanesa encara a guerra contra todo o país, e não apenas contra o Hezbollah.

“Não tem como separar uma coisa da outra. É uma guerra contra o Líbano, estão morrendo pessoas comuns, até mesmo brasileiros, como foi noticiado. Vemos como um ataque de Israel ao país”, ressalta. “É muito triste ver as famílias nos procurando para saber notícias. Há falta de informação generalizada”, completa.

Com familiares no Líbano, Hanna relatou que os parentes estão em um vilarejo ao norte do país, longe dos conflitos. Porém, todos estão bastante preocupados com a escalada e a extensão do conflito para o Oriente Médio em geral.

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