Brasil

Aumento da população deve elevar demanda da Arábia Saudita por agro brasileiro, prevê CNA

Entidade vê potencial para expansão de vendas de carne de frango, açúcar, milho e soja

A demanda de produtos agrícolas pela Arábia Saudita e outros países da região deve aumentar nos próximos anos em meio ao crescimento da população, segundo projeções da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A diretora de Relações Internacionais da entidade, Sueme Mori, afirmou que o reino investiu R$ 2,69 bilhões na compra de produtos agrícolas brasileiros somente entre janeiro e novembro deste ano. No ano passado, o total vendido foi de R$ 2,7 bilhões.

Em termos de oportunidades, a Arábia Saudita – assim como os outros países da região do Golfo – tem uma forte dependência da importação de alimentos. Sueme explica que esse número chega a pouco mais de 80%.

“Eles vêm investindo para reduzir a dependência e para aumentar a produção interna, especialmente nos produtos onde eles mais importam. Mas tem uma questão de condição climática, que é limitante para esse aumento da produção interna”, afirma.

A especialista explica que essa necessidade ganhou ainda mais luz com a pandemia da Covid-19, devido ao receio de desabastecimento.

Com isso, o reino saudita passou a reforçar a busca por parcerias sólidas e confiáveis, não somente para importar alimentos, mas também para aumentar a produção agropecuária em regiões com alto potencial – como o Brasil.

A Companhia Saudita de Investimento Agrícola e Pecuário (Salic, na sigla em inglês) já tem participação representativa em grandes empresas no Brasil e, segundo Sueme, os investidores do fundo soberano têm buscado diversificar os aportes para evitar um possível problema de desabastecimento.

“O Brasil é o principal fornecedor de produtos agropecuários para a Arábia Saudita. Em segundo lugar vem a Índia, e em terceiro os Estados Unidos. Então, a gente hoje vende uma quantidade boa, um volume bem considerável para eles”, afirmou.

Segundo ela, no Brasil, o potencial é de aumento na demanda de produtos já exportados, como carne de frango in natura, açúcar, milho e soja.

Além disso, produtos industrializados têm perspectiva de crescimento, apesar de não serem vendidos em volume semelhante.

“A diversidade da nossa produção agropecuária brasileira é imensa. Temos condições de produzir de tudo e vender de tudo para o mundo todo”, ressalta a especialista. “Hoje, infelizmente, a nossa pauta exportadora, não só para a Arábia Saudita, mas para o mundo todo, não reflete a diversidade da nossa agropecuária”.

A executiva reafirmou o desejo de ampliar as relações comerciais do Brasil com o reino saudita.

“Essa parceria na parte de investimentos no agro tem um potencial enorme de crescer, de fundo soberanos, de parcerias diretas. Não só introdução como, por exemplo, armazenagem, a questão de infraestrutura para o agro de escoamento”, enumera.

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