Extração de petróleo na margem equatorial do Amazonas (entre AP e RN) vai custear transição energética, diz presidente da Petrobras
Iniciativa é tratada como prioridade da Petrobras, mas é alvo de críticas pelos riscos ambientais que envolveriam a exploração das jazidas em águas profundas da bacia do Rio Amazonas
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu nesta quarta-feira (29) o projeto da estatal de explorar jazidas de petróleo e gás na chamada margem equatorial, região que compreende as costas do Norte e do Nordeste do Brasil, entre o Amapá e o Rio Grande do Norte – o nome refere-se à linha do Equador.
De acordo com o dirigente, os recursos advindos dessa exploração serão usados para financiar a transição energética da companhia. A iniciativa é tratada como prioridade da Petrobras, mas é alvo de críticas pelos riscos ambientais que envolveriam a exploração das jazidas em águas profundas da bacia do Rio Amazonas.
Para ter início, é necessária autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que negou pedidos de licença feitos na década passada por multinacionais – com as negativas, os contratos que haviam sido arrematados em leilão foram repassados à estatal brasileira.
Em entrevista recente à agência Sumaúma, a ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva, comparou o projeto à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, na década passada – ambientalistas apontam consequências graves para os povos indígenas e para a região onde fica a unidade, no sul do Pará, e a oposição à obra foi o estopim para que Marina deixasse o governo Lula, em 2008.
“Depois da bacia de Campos e do pré-sal, estamos diante da mais nova fronteira do país, a Margem Equatorial, que vai da costa do Amapá até o Rio Grande do Norte”, afirma Prates, no qual defende a segurança do projeto e a expertise da Petrobras em iniciativas do tipo.