Polícia Civil deflagra ‘Operação Yamata’ contra lideranças de organização criminosa envolvidas em série de homicídios em Macapá

A Polícia Civil do Amapá, por meio da Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), deflagrou nesta quinta-feira (8) a Operação ‘Yamata’, com o objetivo de cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra oito pessoas apontadas como lideranças de uma organização criminosa envolvida em uma série de homicídios registrados em Macapá entre os meses de agosto e outubro de 2023.

Segundo a investigação, ao menos 19 crimes contra a vida foram registrados nos bairros Perpétuo Socorro, Cidade Nova e Pacoval – sendo 15 homicídios consumados e 4 tentativas – todos com uso de arma de fogo, o que, segundo a polícia, é característico da atuação de facções criminosas.

As mortes, ainda conforme apurado, estariam relacionadas a um racha interno na organização, que resultou em uma disputa violenta entre seus próprios membros. “Ficou demonstrado que as ordens partiram de lideranças de ambos os lados desse conflito interno, que determinaram a execução de integrantes do grupo rival” , informou a DHPP.

As vítimas identificadas foram

• Arthur Gabriel Trindade Batista, 23 anos
• Gustavo dos Santos Sales, 19 anos
• Gustavo Freitas Pedrosa, 21 anos

A operação é resultado de um inquérito policial instaurado em fevereiro de 2024, com foco na identificação e responsabilização criminal das lideranças que atuaram como mandantes desses crimes. Segundo a polícia, o trabalho investigativo reuniu provas técnicas que apontam a existência de um comando hierárquico estruturado para a prática de homicídios com motivações internas.

Dos oito alvos, sete foram presos. Três deles já estavam custodiados em presídios do Amapá, São Paulo e Rio de Janeiro, e um está foragido.

As prisões foram cumpridas com apoio de diversas forças de segurança, incluindo a Polícia Penal do Amapá, a Polícia Civil do Paraná e o Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (CIOP).

Operação Yamata

A escolha do nome da operação faz referência à criatura mitológica japonesa Yamata no Orochi, uma serpente de oito cabeças conhecida por sua natureza destrutiva. O nome simboliza o número de alvos da investigação, todos apontados como lideranças com alto grau de periculosidade.

“O objetivo é interromper o ciclo de violência promovido por essas lideranças, responsáveis por determinar execuções sumárias dentro de uma lógica de disputa interna. O trabalho foi técnico, cuidadoso e com respaldo judicial”, destacou a Polícia Civil em nota.

As investigações seguem em andamento, e a Polícia Civil informou que novas ações não estão descartadas.