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Guerra tributária: qual o impacto do conflito que Trump inseriu os EUA

Trump estabeleceu como estratégia de negócios a aplicação de tarifas, no entanto, ao contrário do que esperava os países estã revidando

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifas abrangentes sobre produtos do Canadá, México e da China, os três maiores parceiros comerciais do país. Ele também aplicou taxas sobre o aço e o alumínio brasileiros e produtos da União Europeia.

No entanto, o efeito esperado por Trump, com essa estratégia de negociações, não tem se concretizado, levando os países a subirem tarifas sobre os produtos norte-americanos como retaliação.

O especialista em relações internacionais Emanuel Assis Aleixo de Franco explica que esse tarifaço promovido por Trump é muito bem pensado e estratégico.

“De fato é uma estratégia de negociar que já existe e é aplicada há bastante tempo. Muito antes do Trump assumir o primeiro ou segundo mandato, ela já era aplicada por outros governos, democratas e republicanos, por outros países também, dentro do sistema internacional”.

No entanto, o gerente de comércio internacional Leandro Barcelos, explica que “a imposição de tarifas por Donald Trump, embora possa parecer uma estratégia para proteger a indústria doméstica e gerar receita, tem impactos complexos e potencialmente negativos para a economia dos EUA”.

“No curto prazo, as tarifas podem elevar os preços para os consumidores americanos, já que as empresas repassam os custos adicionais. Além disso, as tarifas retaliatórias impostas por outros países podem prejudicar as exportações americanas, afetando setores como agricultura e manufatura. A incerteza gerada por essa guerra comercial também pode impactar negativamente o investimento e o crescimento econômico”, ressalta Leandro Barcelos.

Brigas

Emanuel Assis ressalta que “a gente tem observado, ao contrário do que se imaginava, que seriam os países tentando negociar de alguma maneira com os Estados Unidos para que ele conseguisse aproveitar de alguma maneira desse cenário para conseguir acordar. Canadá, México, União Europeia e China já anunciaram tarifas altíssimas para os produtos vindos dos EUA”.

Por exemplo, Doug Ford, primeiro-ministro de Ontário, província canadense, aplicou uma sobretaxa de 25% sobre as exportações de eletricidade para três estados dos EUA: Nova York, Minnesota e Michigan. O Canadá também prometeu retaliação com taxas de 25% sobre quase US$ 30 bilhões em importações norte-americanas.

“Se a escalada tributária entre Canadá e EUA continuar, ambos os países enfrentarão impactos negativos. Para o Canadá, a dependência do mercado americano torna o país particularmente vulnerável a tarifas retaliatórias. As exportações canadenses podem ser prejudicadas, afetando setores como o de madeira, aço e alumínio”, explica Leandro Barcelos.

Segundo o gerente de comércio internacional, “para os EUA, as tarifas sobre produtos canadenses podem elevar os custos para as empresas americanas e prejudicar a competitividade. Além disso, a escalada do conflito comercial pode prejudicar a relação bilateral entre os dois países, que é historicamente forte”.

A UE aplicou taxas de 50% sobre o uísque norte-americano como resposta às tarifas sobre aço e alumínio impostas pelos EUA a países como Canadá, México, China e Brasil, além dos europeus.

“Os impactos da guerra tributária para a UE incluem o aumento de custos para importadores, que pode ser repassado aos consumidores, resultando em preços mais altos. Há também o prejuízo ao comércio, com a retaliação levando a uma diminuição nas exportações europeias para os EUA, afetando setores como o automotivo e o agrícola”, explica Leandro Barcelos.

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