Brasil

Com 9 grandes rios críticos, Amazônia pode ter novo recorde de seca

Dois rios já alcançaram cota mínima histórica neste ano. Caso chuvas não sejam significativas a partir de agora, condição tende a piorar

A Amazônia vive uma seca extrema. No estado do Amazonas, os nove grandes rios acompanhados pelo governo estadual estão com cotas “abaixo da normalidade para o período”, e dois deles apresentam cotas mínimas históricas.

No estado, a calha do Rio Juruá, em Itamarati, e a do Alto Solimões, em Tabatinga, são as que têm o recorde negativo de cotas. Os dois municípios têm, respectivamente, 10,9 mil habitantes e 72,2 mil habitantes.

Pelo histórico, a tendência é que a baixa nas cotas dos mananciais continue até pelo menos novembro, caso a previsão de chuvas abaixo da média até lá se confirme. A situação atual é descrita como “alarmante”.Play Video

Doutor em geografia e professor do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Marcos Castro acredita que a região enfrentará o pior cenário da história se não houver chuvas significativas em outubro.

“A seca pode avançar e ficar igual ou ainda mais agravada do que a do ano passado. Isso é repercussão da quantidade de chuvas, que tem diminuído”, prevê.

Os prognósticos não são positivos. As previsões meteorológicas, conforme o relatório do governo do estado, são de chuvas abaixo das médias históricas em todos os mananciais do estado do Amazonas.

El Niño

O professor da Ufam explica que o cenário atual é reflexo do último período chuvoso, que foi afetado pelo El Niño, com redução nas precipitações. Atualmente, o cenário para o Brasil é considerado como de neutralidade, ou seja, sem atuação do El Niño ou do La Niña. Este último fenômeno, caso se confirme para 2025, a depender da intensidade, pode implicar no aumento dos volumes de precipitações no Norte e Nordeste do Brasil.

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