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Danças, alusão a briga de galo e ameaças: como Maduro trama governar Venezuela por 17 anos

Presidente de país caribenho, que assumiu em 2013, sugeriu ‘banho de sangue’ e ‘surra’ contra Edmundo González, favorito em pesquisas

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, adota diversas estratégias populistas na campanha eleitoral para tentar derrotar o ex-chanceler Edmundo González e chegar a 17 anos no poder.

As táticas vão de dancinhas para multidões em comícios, reforço ao apelido de “gallo pinto” para demostrar força contra o rival nas urnas e ameaças de ‘banho de sangue’, ‘guerra civil’ e “surra” caso não seja reeleito no próximo domingo (28).

Em eventos de campanha abarrotados de apoiadores, recheados de música caribenha, o presidente se aproxima do público e abusa das dancinhas solo ou com correligionários.

O presidente venezuelano brada nos microfones dos comícios ameaças veladas aos eleitores, ao citar eventual “banho de sangue” e “guerra civil” se a direita, representada por González, vencer o pleito para governar a Venezuela. Maduro também já prometeu uma “surra” nas urnas no domingo e ainda disparou contra o Brasil.

“Temos o melhor sistema eleitoral do mundo, há 16 auditorias. É feita uma auditoria em 54% das mesas. Onde mais no mundo se faz isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é inauditável. No Brasil? Eles não auditam nenhum registro. Na Colômbia? Não auditam um único ato. Na Venezuela, auditamos 54%”, disparou o presidente.

Sem citar nomes, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) reagiu rapidamente, negou a afirmação de Maduro e garantiu que a urna eletrônica é totalmente auditável. “As entidades fiscalizadoras do processo eletrônico de votação têm acesso aos sistemas eleitorais desenvolvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral 12 meses antes do primeiro turno das eleições”, disse o tribunal.

Maduro e o poder na Venezuela

Nicolás Maduro era vice-presidente da chapa encabeçada por Hugo Chávez e chegou ao poder em 2013, quando o candidato eleito morreu. O herdeiro político de Chávez governou interinamente até novas eleições, que decretaram, por margem estreita, a vitória dele.

Em 2018, foi reeleito em um pleito que foi alvo de contestações no mundo – os EUA, por exemplo, não reconheceram o resultado. Se vencer as próximas eleições, Maduro ficará mais seis anos no poder e completará 17 anos na Presidência da Venezuela, já que assumiu em 2013.

A eleição na Venezuela conta com dez candidatos na disputa. A mais recente pesquisa eleitoral indica Edmundo González com 59% das intenções de voto, e Nicolás Maduro com 24,6%. O atual presidente contestou os números e afirmou que outros institutos apontam sua vitória.

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