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Vítima de tragédia no Aturiá visita residencial e relembra: ‘tinha medo de dormir, a casa cair e morrer afogada’

A autônoma Lourdes Nonato, de 58 anos, visitou o apartamento no qual vai morar com os filhos no residencial Vila dos Oliveiras, na Zona Sul de Macapá, nesta sexta-feira, (3). Durante a visita, ela relembrou as dificuldades vividas na praia do Aturiá, no início dos anos 2000.

Por Núbia Pacheco

Foram anos de incertezas para as famílias que perderam tudo no decorrer dos anos 2000 na praia do Aturiá, na Zona Sul de Macapá. Após quase 20 anos da retirada de centenas de famílias do local, nesta sexta-feira (3), foi possível visitar as moradias do Residencial Vila dos Oliveiras, local construído para abrigar as vítimas de desabamento na orla da capital.

Ao olhar para o apartamento com o qual foi contemplada, a autônoma Lourdes Nonato, de 58 anos, disse que “passou um filme na cabeça”.

“Lembro quando pulava de madrugada na água com meus filhos para tirar os paus que iam para debaixo da casa, para evitar que derrubassem nossa moradia. Quando vinham aquelas águas grandes, já vinha o medo quando a gente ouvia a madeira batendo. Meus filhos não dormiam a noite porque a gente tinha medo de dormir, a casa cair e a gente morrer afogado”, relembrou.

Os desabamentos na orla do Aturiá se intensificaram em meados de 2008, quando o muro de arrimo, que protegia a frente da cidade, foi destruído pela força das águas do Rio Amazonas. 

Desde então, as famílias foram sendo retiradas da área e tiveram que abandonar o sonho da casa própria para trás. No decorrer dos anos, conforme a força da maré destruía outras residências, as famílias foram sendo cadastradas, e são estas famílias, que nesta sexta começaram a visitar os apartamentos do Habitacional.

“Estou muito feliz porque o que a gente passou naquela praia e hoje ganhar um apartamento pronto, pra mim morar com meus filhos, pra mim é uma benção de Deus”, completou dona Lourdes.

O Conjunto Habitacional Vila das Oliveiras entrou em obras em 2011, porém houve problemas desde o início. As obras foram interrompidas em 2014 e retomadas apenas em 2118. 

Após tanto tempo de espera, o sonho da casa própria está cada vez mais perto para mais de 500 famílias contempladas. Sem data confirmada, a inauguração está prevista para acontecer ainda neste mês, segundo a Secretária de Estado da Habitação (Sehab).

“Nós estamos trabalhando para que após a semana do dia das mães, nós iremos entregar essas unidades habitacionais para as 512 famílias”, afirmou o secretário adjunto da Sehab, Max Yataco.

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