OEA diz que opositora de Maduro na Venezuela é “insubstituível” e critica sua inelegibilidade
Entidade diz que nunca abandonará a luta pelo retorno da democracia à Venezuela; país deixou a organização em 2019
A Organização dos Estados Americanos (OEA) emitiu uma nota neste domingo (28) criticando a exclusão de María Corina Machado da eleição deste ano na Venezuela.
Machado é a principal adversária política de oposição do atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
A entidade se refere ao governo atual do país como “ditadura” e diz compreender que as últimas ações da autoridade do país “já deixaram claro” que não havia intenção de permitir que “eleições limpas e transparentes” ocorressem no país.
Além disso, citam a liderança da oposicionista como “insubstituível”, uma vez que “surge das convicções e interesses do povo” e afirmam ainda que seria “patético e repulsivo” caso alguém tentasse ocupar o lugar de Machado.
Ressaltam que não deixarão de se manifestar e denunciar “ditaduras e suas autoridades, e nunca abandonará a luta pelo retorno da democracia à Venezuela”.
Desqualificação da eleição
O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela anunciou a desqualificação da então candidata à Presidência do país, María Corina Machado na última sexta-feira (26).
O impedimento diz respeito à uma medida anterior, da Controladoria-Geral da Venezuela contra a candidata, por conta da falta de inclusão de pagamentos de gratificações alimentares em declaração juramentada de bens.
A decisão surge justamente no meio de uma onda de acusações por parte do Ministério Público da Venezuela contra ativistas e opositores.
O porta-voz do governo, Héctor Rodríguez chegou inclusive a acusar a oposição pelo suposto planejamento de um golpe de estado e da arquitetura de assassinato do atual presidente Maduro.
Após a decisão, Machado se pronunciou no X, antigo Twitter: “O regime decidiu acabar com o Acordo de Barbados. O que NÃO está acabando é a nossa luta pela conquista da democracia através de eleições livres e justas. Maduro e o seu sistema criminoso escolheram o pior caminho para eles: eleições fraudulentas. Isso não vai acontecer. Que ninguém duvide, isso é ATÉ O FIM.”