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Capital do “Meio do Mundo”, Macapá celebra 265 anos

Da Redação

“Os raios fúlgidos do sol do equador

Fertilizaram esta terra promissão

Teve seu nome brotado da palmeira

Como uma rosa desabrocha do botão”

Trecho do hino de Macapá, letra de Teresinha Fernandes

No coração da Amazônia, Macapá é uma cidade de encantos, do pouso de aves migratórias, do Marabaixo e gengibirra, de uma cultura forte e com um povo sorridente e trabalhador. Sob o sol do equador, a cidade está em festa neste dia 4 de fevereiro, comemorando 265 anos de fundação.

Antes de ser assim chamada, Macapá, a cidade recebeu dois nomes: foi batizada como Adelantado de Nueva Andaluzia, em 1544, pelo então Rei da Espanha, Carlos V, e recebeu mais tarde, na época de sua fundação, o nome de São José de Macapá.

A cidade foi criada a partir de um destacamento militar criado em 1738. A história do nome Macapá iniciou como vila e foi oficializada assim no dia 4 de fevereiro de 1758, pelo então governador do Grão-Pará, Francisco Xavier de Mendonça Furtado. Nesse momento da história, a cidade era habitada por casais de açorianos, e a economia, cultura e política eram ligadas ao estado do Pará. Só em 1859 que a vila foi elevada à categoria de cidade, por intermédio do tenente coronel Henrique Rolan.

“A memória da cidade cresceu em torno de dois símbolos, a igreja de São José de Macapá, inaugurada em 1761, e da Fortaleza de São José de Macapá, inaugurada em 19 de março de 1782. Foram esses dois monumentos que se concentraram, respectivamente, a religião e cultura, e o outro com a política e governo”, explicou o historiador Edgar Rodrigues.

Nesse período, o domínio dos portugueses era predominante no Brasil. Todos os comandantes eram nomeados pela coroa portuguesa e todas as decisões na cidade precisavam da aprovação e orçamento de Portugal. Anos mais tarde, a cidade, que foi criada como destacamento militar, recebeu o prédio da antiga Intendência de Macapá, hoje em dia é o Museu Histórico Joaquim Caetano da Silva. A data da inauguração deste prédio é de 15 de novembro de 1895, quando Coriolano Jucá era Intendente. O prédio, em estilo neoclássico, foi usado desde o período de Vila até o extinto Território Federal do Amapá. Ele possuía esculturas e figuras antropomorfas que representam as artes e a indústria.

A cidade foi crescendo, fortalecendo o comércio, e já no século passado, por iniciativa de Getúlio Vargas, no dia 13 de setembro de 1943, tornou a cidade capital do então território federal do Amapá, o qual só ganharia status de estado em 1988. “O nome Macapá vem do Tupi, que significa terra ou lugar de bacabas. Vale ressaltar que muitos nomes que usamos hoje como Buritizal, Bailique, Araxá, Cajari, Calçoene, Cunani, Cupixi, Manuanum, entre outros, são oriundos do Tupi. Devido à colonização portuguesa, muito das tribos que viviam aqui foram extintas, mas outra parte se entrelaçou na história da cidade com nomes, culinária, vestimentas, hábitos e medicina”, frisa o historiador.

Desde então, a cidade recebeu o título de Cidade do Meio do Mundo, por ser cortada pela linha imaginária do Equador, com uma altitude de 16,48 m do nível do mar. Hoje, a cidade possui mais de 700 mil moradores e tem como atrações turísticas a Fortaleza de São José, Monumento do Marco Zero, Orla de Macapá, Igreja São José, Praça Floriano Peixoto, Praça da Bandeira, Laguinho, Lagoa dos Índios, Museu Sacaca, Curiaú, Mercado Central, Bioparque da Amazônia, entre outros.

  • O que fazer em Macapá

Fortaleza de São José de Macapá

Cartão postal e símbolo da cidade, a Fortaleza de São José de Macapá fica bem no centro da capital, às margens do imponente Rio Amazonas. O complexo logo chama a atenção por sua boa preservação e a estrutura de visitação para os turistas. Construído entre 1764 e 1782, durante o império português, tem o formato de uma estrela e tinha o objetivo de garantir a soberania do extremo norte do país.

Igreja de São José

A Igreja Matriz de São José de Macapá, padroeiro de Macapá e do Estado do Amapá, foi inaugurada no dia 6 de março de 1761 na Rua São José, sendo o monumento mais antigo da cidade. Após 254 anos, a estrutura da Igreja sofreu poucas modificações, passando por somente uma reforma, feita pelos padres italianos em 1949. É possível encontrar em seu interior a imagem original de São José, esculpida em madeira. Em 17 de março de 2015, a Igreja foi tombada e tornou-se patrimônio histórico e cultural do Amapá, através da Lei nº 1.870.

Monumento Marco Zero do Equador

Talvez a atração mais visitada de Macapá, o Monumento do Marco Zero do Equador marca o local onde a linha imaginária do Equador, que divide a Terra em Hemisfério Norte e Sul, corta a cidade. O monumento mexe com a curiosidade dos turistas e permite que você esteja com um pé em cada hemisfério.

Durante o Equinócio de Primavera (março) e Outono (setembro), quando o dia e a noite têm a mesma duração, o sol se encaixa no círculo do monumento e seus raios incidem perfeitamente sobre a linha. Nesses dias, costuma haver uma programação especial no local.

Nos arredores do Marco Zero ainda ficam o Sambódromo e o curioso estádio Zerão, também cortado pelo Equador. É o único estádio em que um time joga no Hemisfério Norte e o outro no Sul.

Orla da cidade

A orla da cidade é urbanizada e é um convite para uma caminhada (apesar do calorão e umidade do clima equatorial) ou para um piquenique, algo que os macapaenses fazem muito.

A parte mais interessante fica perto da Fortaleza de São José, onde existem vários quiosques com bares e restaurantes. Esse é um ótimo lugar pra curtir a noite também, com música ao vivo e ruas fechadas com atrações para as crianças.

Casa do Artesão

É o melhor local para conhecer e comprar o artesanato local. Mas o centro comercial fecha uma vez por mês para limpeza justamente num fim de semana. Já à noite, na pracinha em frente, barraquinhas vendem objetos artesanais como bijuterias e lembrancinhas.

Parque do Forte

Reformado recentemente, o Parque do Forte foi construído anexado à Fortaleza de São José. Acessível por estar em uma região central, o parque possui uma boa infraestrutura, amigável e bem completa, excelente para crianças!

Há estacionamento, banheiros públicos, brinquedos e equipamentos para exercícios físicos e alongamentos, além de uma bela vista do Rio Amazonas! Acessível também por transporte público, o parque é um ponto de encontro comum para lazer e relaxamento.

Museu Joaquim Caetano da Silva

Antigamente era a Sede Administrativa do Amapá, hoje é o Museu Histórico Joaquim Caetano da Silva, nome de um importante diplomata e historiador brasileiro. Com uma estrutura ainda mais amigável após revitalizações e reestruturações, o museu recebe de estudantes a turistas e agita o comércio nas localidades próximas.

O museu contém um amplo acervo, com livros, artesanatos e artefatos históricos, que contam a história dos povos amapaenses. Registros arqueológicos também são guardados lá, além das representações culturais indígenas e as do período colonial no Amapá.

Museu Sacaca

Enquanto o passado se encontra em grande parte no Museu Histórico, o Museu Sacaca se volta também para o futuro! O Centro de Pesquisas Museológicas Museu Sacaca incentiva e promove as produções acadêmicas e ajuda a envolver a comunidade nestes conhecimentos.

O projeto Museu Vivo, por exemplo, coloca os visitantes em contato direto com as comunidades locais, que expõem suas tradições e costumes. O museu recebe visitação de escolas e realiza palestras, debates e exposições, várias delas acontecendo a céu aberto!

Mercado Central

O Mercado fica em frente a Fortaleza de São José de Macapá. Ele foi aberto nos anos 50, recentemente passou por uma reforma e foi reaberto ao público.

Mas diferente de outros mercados ele funciona como uma grande praça de alimentação, com muitos stands de restaurantes e algumas barraquinhas de artesanato e venda de plantas. É um bom lugar para comer barato e provar os sucos de frutos amazônicos.

APA do Curiaú

Localizada a 18km do centro de Macapá, a APA do Rio Curiaú é um atrativo que permite ao turista compreender melhor o turismo de base comunitária, ou seja, uma oferta de experiências que estão no cotidiano dos moradores, mas que é algo novo para quem a visita pela primeira vez.

A comunidade é acessada por estradas e por via fluvial. A área tem paisagens marcantes e é muito procurada pelas águas e a flora do rio Curiaú. O sistema de drenagem é interligado, com lagos temporários e permanentes, influenciados por regimes pluviais e de marés.

Na estiagem, as áreas inundadas se contraem. No período chuvoso, elas se ampliam e formam um belo cenário natural ideal para passeio de canoa, visualizar pássaros e uma vegetação aquática de rara beleza cênica, além de conhecer o estilo de vida da população tradicional, o movimento da extração de madeira, do açaí e de látex da seringueira.

Bioparque da Amazônia

O Bioparque da Amazônia é um pedaço preservado da selva dentro de Macapá, ideal para conhecer um pouco sobre o bioma ou mesmo relaxar curtindo suas atividades, entre elas tirolesa com 270 metros de extensão, circuito de arvorismo, passeios de caiaque, redário e os viveiros de animais que foram resgatados e não puderam ser reinseridos na natureza.

Inclusive, há um meliponário com aproximadamente 150 mil abelhas de uma espécie sem ferrão, que além de produzirem mel e outros subprodutos, ajudam a polinizar árvores da floresta. A entrada custa R$ 10 e crianças pagam meia.

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