Cartéis latinos: como a República Dominicana está ajudando os EUA no combate ao tráfico
Parceria ocorre em um momento em que os Estados Unidos intensificam deslocamentos militares no Caribe

A República Dominicana autorizou os Estados Unidos a utilizar áreas restritas da Base Aérea de San Isidro e do Aeroporto Internacional Las Americas em operações ligadas ao combate ao tráfico de drogas. A decisão foi anunciada pelo presidente Luis Abinader após encontro com o secretário de Guerra norte-americano, Pete Hegseth, que visitou o país em meio ao avanço das ações militares dos EUA no Caribe.
Abinader afirmou que a cooperação terá duração limitada e envolve operações logísticas de aviões de abastecimento, transporte de equipamentos e presença de equipes técnicas.
O presidente destacou que cada uso das instalações precisará de autorização prévia das autoridades dominicanas. Ele disse que a medida reforça a proteção aérea e marítima das Forças Armadas locais e integra ações conjuntas com Washington contra o tráfico de drogas.
Hegseth classificou o acordo como uma colaboração importante e um esforço comum considerado modelo para a região. A ampliação da parceria ocorre em um momento em que os Estados Unidos intensificam deslocamentos militares no Caribe como parte de sua estratégia antidrogas.
A aproximação também fortalece a operação Lança do Sul, lançada pela administração Trump. O governo norte-americano tem aplicado pressão sobre governos da região e mira a Venezuela como um de seus principais alvos.
Washington acusa Nicolás Maduro de liderar o cartel de Los Soles, classificado recentemente pelos EUA como organização terrorista internacional. Maduro rejeita as acusações e afirma que a ofensiva funciona como cortina de fumaça para justificar ações militares no país.
As operações norte-americanas na região têm incluído o ataque a embarcações suspeitas de transportar drogas. Segundo o governo dos EUA, 22 barcos foram bombardeados no Caribe e no Pacífico nos últimos meses.



