ONU alerta que ‘sobrevivência de Gaza está em jogo’
Segundo relatório da UNCTAD, a ofensiva militar de Israel levou o território palestino de uma situação de subdesenvolvimento ‘a uma situação de ruína absoluta’

“A sobrevivência de Gaza está em jogo”, advertiu a ONU em um relatório, que pede à comunidade internacional para elaborar um “plano de recuperação abrangente” e fornecer ajuda de maneira coordenada ao território palestino.
As operações militares israelenses na Faixa de Gaza “minaram todos os pilares da sobrevivência (…) deterioraram a governança e mergulharam Gaza em um abismo criado pelo ser humano”, denunciou a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) em um relatório.
“A destruição incessante e sistemática provoca dúvidas sobre a capacidade de Gaza de se reconstituir como um espaço e uma sociedade habitáveis”, afirma o relatório.
A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas de 7 de outubro de 2023 contra Israel, que matou 1.221 pessoas.
A ofensiva de retaliação de Israel em Gaza matou mais de 69.700 palestinos, segundo números do Ministério da Saúde do território palestino que a ONU considera confiáveis.
Segundo relatório da UNCTAD, a ofensiva militar de Israel levou o território palestino de uma situação de subdesenvolvimento “a uma situação de ruína absoluta”.
A ONU calcula que são necessários 70 bilhões de dólares (377 bilhões de reais) para reconstruir Gaza.
“Mesmo em um cenário otimista de taxas de crescimento de dois dígitos, facilitadas por um nível significativo de ajuda externa, Gaza levará várias décadas para retornar aos níveis de bem-estar anteriores a outubro de 2023”, afirma o relatório.
A UNCTAD pediu a adoção de “um plano de recuperação abrangente” com “ajuda internacional coordenada, o restabelecimento das transferências fiscais e medidas para aliviar as restrições ao comércio, à circulação e ao investimento”.
A agência pediu a instauração de um programa de renda básica universal de emergência em Gaza que incluiria “um pagamento mensal suficiente para cobrir as necessidades essenciais e, deste modo, assegurar a subsistência de todos os habitantes”.



