Curiosidades

Placa tectônica se divide sob o Himalaia e cientistas alertam para terremoto catastrófico

Pesquisa revela que a Placa Indiana está se fragmentando sob o Tibete, o que aumenta riscos de um grande tremor na região

Um estudo recente revelou que a Placa Indiana, uma das grandes placas tectônicas da Terra, não está apenas deslizando sob o Tibete, como se pensava, mas se dividindo em pedaços. O processo, segundo os cientistas, pode aumentar o risco de terremotos mais fortes e frequentes na região.

A colisão entre a Placa Indiana e a Placa Eurasiática, iniciada há cerca de 60 milhões de anos, formou o Himalaia e continua moldando a região.

Até recentemente, pesquisadores acreditavam que a Placa Indiana se movia de forma uniforme, deslizando sob o Tibete como uma peça sólida. Mas novos dados sísmicos revelam que a realidade é mais complexa: a placa está se fragmentando, e partes dela estão se desprendendo e afundando no manto terrestre.

Descoberta

O estudo, liderado pelo geofísico Lin Liu, da Universidade Oceânica da China, coletou informações de 94 estações sísmicas espalhadas pelo sul do Tibete, que captam vibrações causadas por terremotos distantes.

As informações sobre essas vibrações, chamadas de ondas sísmicas, foram combinadas pelos cientistas para criar um mapa tridimensional da estrutura da placa.

Os resultados mostraram que, a cerca de 100 quilômetros de profundidade, a Placa Indiana está se partindo. Enquanto a porção superior, mais leve, continua próxima à superfície, a parte inferior, mais densa, está sendo sugada para o manto.

“Essa revelação desafia suposições antigas sobre o comportamento da Placa Indiana”, afirmou Liu durante a apresentação dos resultados.

A pesquisa indica que, em algumas áreas, a placa permanece intacta, mas em outras, ela se rompe, permitindo que a rocha derretida do manto preencha as lacunas.

Risco de terremotos

A fragmentação da Placa Indiana não é apenas uma curiosidade científica. O processo de delaminação, como é chamado o caso, pode aumentar a tensão na crosta terrestre, o que eleva o risco de terremotos mais intensos no Himalaia e no Tibete.

A falha geológica Rift Cona-Sangri é um dos pontos de preocupação, porque está posicionada diretamente acima de uma das áreas de ruptura identificadas na Placa Indiana durante a fragmentação.

Além disso, padrões de terremotos na superfície e a presença de gases raros, como hélio-3, em nascentes locais reforçam a ideia de que mudanças significativas estão ocorrendo no subsolo.

Milhões de pessoas vivem nas proximidades do Himalaia, uma região já conhecida pela alta atividade sísmica. Segundo os pesquisadores, entender melhor esse processo pode melhorar as previsões de terremotos.

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