Força Aérea dos EUA desenvolve nova bomba destruidora de bunkers; veja como funciona
Arma deve substituir a maior bomba não nuclear dos EUA em futuras operações e vai funcionar até sem sinal de GPS

A Força Aérea dos Estados Unidos deu início ao desenvolvimento de uma nova geração de bombas capazes de destruir bunkers e alvos profundamente enterrados. O projeto surge como sucessor da GBU-57 Massive Ordnance Penetrator (MOP), utilizada pela primeira vez em junho deste ano contra instalações nucleares iranianas durante a chamada Operação Midnight Hammer.
A nova arma, batizada de Next Generation Penetrator (NGP), terá como objetivo superar as capacidades da atual bomba de 13,6 toneladas, considerada a maior do arsenal não nuclear dos EUA. A Applied Research Associates, sediada no Novo México, foi a empresa que recebeu o contrato de dois anos para construir e testar os protótipos.
Segundo eles, os testes vão incluir munições em escala reduzida e em tamanho real, com foco em alvos “profundamente enterrados” que representam “graves desafios à segurança nacional americana”. O valor do contrato não foi divulgado.

Menor e resistente a bloqueios de GPS
Embora os detalhes ainda sejam limitados, documentos da própria Força Aérea indicam que a NGP não deverá ultrapassar 10 toneladas e terá efeitos combinados de explosão e fragmentação. Além disso, deve contar com um sistema de navegação capaz de operar mesmo em ambientes sem sinal de GPS, cenário cada vez mais provável em futuros conflitos.
A Boeing, responsável pela fabricação da GBU-57, será encarregada de desenvolver o kit de cauda da nova bomba, peça essencial para garantir estabilidade e precisão no lançamento.
Missão secreta contra o Irã
Em junho, sete bombardeiros furtivos B-2 Spirit lançaram 14 bombas GBU-57 contra instalações nucleares subterrâneas iranianas. Foi a primeira vez que o artefato foi usado em operações reais, em uma missão descrita pelo Pentágono como “altamente sigilosa e complexa”.
Desenvolvida há cerca de 15 anos, a GBU-57 tem 6,2 metros de comprimento, quase 80 cm de diâmetro e uma ogiva de 2,7 toneladas, capaz de penetrar até 60 metros em estruturas reforçadas. O projeto nasceu justamente para atingir locais de difícil acesso, como o complexo nuclear de Fordow, no Irã.
Atualmente, apenas o B-2 Spirit consegue transportar duas bombas desse porte internamente sem comprometer sua furtividade. Já o novo bombardeiro B-21 Raider, em fase de desenvolvimento, deverá carregar apenas uma unidade da futura NGP.