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Casos de sarampo na Bolívia acendem alerta no Brasil e reforçam a importância da vacinação

Mais de 237 casos já foram registrados no país vizinho este ano, com 22 casos importados para o Brasil

O Brasil recebeu, em novembro de 2024, o certificado de erradicação do sarampo concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). Em meio à baixa cobertura vacinal, o vírus voltou a circular em 2019, e a saúde pública brasileira precisou de 6 anos para recuperar o resultado obtido em 2016.

Mas um surto na Bolívia acendeu um novo alerta. Mais de 237 casos já foram registrados no país vizinho este ano, segundo o governo boliviano. E, segundo as autoridades brasileiras, ao menos 22 casos foram importados para cá.

Jamal Suleiman, médico infectologista do Hospital Emílio Ribas, explicou que quando acontece um único caso de sarampo em uma população não vacinada já acende um alerta para a vigilância. Isso porque, segundo ele, o vírus é altamente contagioso.

“O que a gente tem na Bolívia, seguramente, é um surto de sarampo que está relacionado à baixa cobertura vacinal. Como o país faz fronteira com 4 Estados brasileiros, é preciso manter as altas taxas de cobertura vacinal, principalmente nesse pedaço do Brasil, para que a gente faça o bloqueio dessa condição, para que isso não atinja de maneira importante a população vulnerável desses lugares”, explicou o médico infectologista Jamal Suleiman.

Vale destacar que a fronteira entre os dois países tem cerca de 3.423 quilômetros, sendo esta a maior fronteira terrestre do Brasil. Portanto, como orientado pelo especialista, os cuidados contra o sarampo devem ser redobrados tanto entre os moradores como entre os turistas do Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

E a vacinação é a única forma eficaz de prevenção contra o sarampo. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente a vacina tríplice viral, que, além de proteger contra o sarampo, protege contra a rubéola e a caxumba.

Ela está disponível para qualquer pessoa, de 12 meses a 59 anos de idade. Quando tomada aos 12 meses, deve ser reforçada aos 15 meses. Os adultos que não se vacinaram, ou que não se lembram de terem sido vacinados, podem tomar a primeira dose a qualquer momento em um posto de vacinação. A segunda dose deve ser tomada 30 dias após a primeira.

“A vacinação é fundamental para prevenir o sarampo. A gente não deve só ficar alerta em relação ao sarampo na presença de surto, porque o que a gente precisa evitar é o surgimento de novos surtos. Nós precisamos manter altas taxas de cobertura vacinal na população geral”, reforçou o infectologista.

Como o sarampo ataca e quais são os sintomas

O sarampo é uma doença infecciosa extremamente contagiosa. O índice de propagação pode ser de 90% em ambientes fechados. Isso significa que de cada 10 pessoas não vacinadas, 9 podem ser infectadas. 

O vírus pode ser transmitido de forma direta, através de gotículas respiratórias expelidas ao respirar, falar, espirrar ou tossir. Além disso, pode ser transmitida de forma indireta, uma vez que o vírus sobrevive em superfícies por algumas horas.

Ou seja, caso a pessoa entre em contato com objetos contaminados, como maçanetas e brinquedos, e leve às mãos ao rosto, pode ficar doente.

Outro detalhe importante é que o sarampo se propaga com mais facilidade em ambientes fechados e com pouca ventilação. Por isso, escolas, creches e transportes públicos podem aumentar o risco de contaminação.

Principais sintomas

-Conjuntivite
-Falta de apetite
-Febre alta
-Mal-estar
-Manchas no corpo
-Febre alta

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