Pedalar é melhor para evitar demência do que caminhar, segundo estudo
Uma nova pesquisa descobriu que andar de bicicleta como principal meio de transporte traz muitos benefícios à saúde do cérebro

A bicicleta é um meio de transporte popular, mas também uma atividade física que proporciona diversos benefícios para o organismo, como perda de peso, redução do estresse e melhora da saúde cardíaca. Estudos anteriores já relacionaram o ciclismo a um menor risco de doenças, como diabetes tipo 2 e até alguns tipos de câncer.
Agora, uma nova pesquisa publicada na revista JAMA Network Open descobriu que indivíduos que usam a bicicleta como principal meio de transporte também podem estar diminuindo o risco de demência.
Estudo
- Os pesquisadores analisaram dados do UK Biobank de quase 480 mil pessoas com idade média de 57 anos que não apresentavam sinais de demência;
- As informações incluíram os principais meios de transporte, bem como características sociodemográficas e de estilo de vida;
- Os cientistas acompanharam os participantes ao longo de 13 anos, mais ou menos;
- Os participantes foram divididos em quatro categorias com base em seus meios de transporte;
- O grupo não ativo incluiu participantes que utilizavam carro, veículo motorizado ou transporte público;
- Os grupos 2 e 3 foram compostos por pessoas que apenas caminhavam e por pessoas que praticavam caminhadas mistas com uma combinação de métodos de transporte não ativos e a pé;
- O grupo 4 envolveu participantes que utilizavam apenas bicicleta ou que a utilizavam em conjunto com outros meios de transporte;
- Os pesquisadores concluíram que as pessoas que andavam regularmente de bicicleta como transporte tinham menor risco de demência em comparação às que caminhavam, dirigiam ou pegavam ônibus.
“Nossa principal descoberta foi que os participantes que usaram modos de ciclismo ou ciclismo misto apresentaram risco 19% menor de demência por todas as causas e 22% menor de doença de Alzheimer em comparação com modos não ativos”, afirmou Liangkai Chen, professor associado do Departamento de Nutrição e Higiene Alimentar da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, na China, e principal autor do estudo, ao site norte-americano Medical News Today.
Segundo Chen, os resultados, provavelmente, se devem à maior intensidade aeróbica e ao maior engajamento cognitivo, como navegação e coordenação. Isso, para o professor, pode aumentar a neuroplasticidade mais do que caminhar sozinho.
As descobertas foram além: os cientistas observaram que os participantes que pedalavam regularmente como transporte, ou combinavam a prática com outros meio de transporte, conseguiam reter mais volume no hipocampo do cérebro.