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Morte do papa Francisco abre vácuo geopolítico e abala busca por paz

Durante seus 12 anos de papado, Francisco foi um líder muito ativo, mediador de conflitos e defensor da paz mundial

A morte do papa Francisco abre um vácuo geopolítico de grande relevância, segundo analistas. Durante seus 12 anos de papado, Francisco foi um líder muito ativo, mediador de conflitos e defensor da paz mundial.

Na última mensagem do papa Francisco aos fiéis, no Domingo de Páscoa, (20), o pontífice fez um apelo por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. O papa revelou, em 2024, que ligava quase todas as noites para uma paróquia em Gaza durante o conflito com Israel.

“Faço um apelo às partes em conflito: declarem um cessar-fogo, libertem os reféns e venham ajudar um povo faminto que aspira a um futuro de paz”, clamou ele no último domingo.

O padre Gabriel Romanelli, que lidera a paróquia de Gaza, contou que falou com o papa pela última vez no sábado (19). “Esperamos que os apelos que ele fez sejam atendidos: que as bombas sejam silenciadas, que esta guerra termine, que os reféns e prisioneiros sejam libertados e que a ajuda humanitária à população possa ser retomada e chegar de forma consistente”, disse.

Francisco também buscou mediar o conflito entre Rússia e Ucrânia, reunindo-se tanto com o chefe do Kremlin, Vladimir Putin, quanto com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Em 2022, o papa afirmou que considerava o então recém-iniciado conflito uma terceira guerra mundial.

“Em um século, três guerras mundiais! A de 1914-1918, a de 1939-1945 e esta! Esta é uma guerra mundial, porque é verdade que, quando os impérios, seja de um lado, seja do outro, se enfraquecem, precisam fazer uma guerra para se sentirem fortes e também para vender armas! Porque hoje creio que a maior calamidade que existe no mundo é a indústria das armas”, destacou.

Além desses conflitos, o papa era vocal contra as guerras no Sudão, no Congo, no Líbano, no Iêmen e na Síria. “Rezamos pelo fim dos combates em todas as frentes e por um passo decisivo em direção à paz e à reconciliação”, disse Francisco em missa realizada no primeiro dia de 2025.

Próximo conclave

Diante desse cenário, o próximo conclave terá papel estratégico não apenas para os rumos da Igreja Católica, mas também no xadrez político internacional. “A escolha do novo papa poderá indicar uma continuidade no legado progressista de Francisco ou uma guinada rumo a posturas mais rígidas, alinhadas a setores conservadores dentro da própria Igreja”, completou o cientista político Fabio Andrade.

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