Expedições científicas vão mapear biodiversidade no Estuário Amazônico e Guiana Francesa
Comunidade ribeirinha no estuário amazônico (município de Afuá/PA), um dos ambientes de florestas de várzea onde serão realizadas expedições científicas

Pesquisadores da Embrapa e de instituições parceiras iniciam, neste mês de abril, um projeto de expedições científicas em comunidades ribeirinhas da Amazônia: cinco localizadas no estuário amazônico – ponto de encontro entre o Amapá e o Pará – e uma na Guiana Francesa.
Ao longo de três anos, as equipes vão percorrer rios e florestas para coletar e estudar espécies de plantas, fungos e insetos ainda pouco conhecidos, mas de grande importância cultural e econômica para as populações tradicionais da Amazônia. Estão no foco dos trabalhos, espécies vinculadas às cadeias de valor do açaí, andiroba, pracaxi, murumuru e ucuúba.
O coordenador geral do projeto, pesquisador engenheiro floresta da Embrapa Amapá, Marcelino Guedes, explica que um dos diferenciais é que as próprias comunidades participarão das atividades técnicas. Jovens e mulheres, especialmente, serão treinadas para serem coautores da pesquisa.
O curioso nome de incógnitos
O projeto “Revelando os incógnitos: epífitas, insetos e fungos associados à flora arbórea de várzea na Amazônia Oriental” é custeado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e fundações estaduais de pesquisa do Amapá, Pará e Rio de Janeiro. Foi aprovado na chamada “Expedições Científicas – Iniciativa Amazônia + 10”.
O objetivo geral é promover a integração multiinstitucional e transdisciplinar necessária ao estudo de organismos incógnitos associados à floresta de várzea, manejo de açaizais e oleaginosas em comunidades tradicionais e áreas protegidas na Amazônia oriental.
A iniciativa conta com equipes de várias instituições do estado do Amapá (Embrapa Amapá, Universidade Federal do Amapá, Universidade do Estado do Amapá, e Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas), da Embrapa Amazônia Oriental (Pará), da Embrapa Agrobiologia (RJ) e do Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Será executado em territórios de cinco comunidades (Foz do Mazagão Velho e Furo do Maracá, no município de Mazagão-AP; Ilha das Cinzas, no município de Gurupá-PA; Maniva e Serraria Pequena, no município de Afuá-PA) localizadas no estuário do rio Amazonas.