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Quase 10 mil indígenas venezuelanos migraram para o Brasil na última década

A análise foi realizada pela InfoAmazonia com base nos dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Um estudo realizado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência da Organização das Nações Unidas (ONU), com análise feito pela InfoAmazonia, aponta que mais de 9 mil indígenas deixaram a Venezuela e migraram para o Brasil na última década (2015 –2024).

A análise dos boletins migratórios dessas instituições revela que, além da crise política e econômica no país, a migração dos povos também tem relação com impactos socioambientais, por falta de políticas públicas por parte do governo venezuelano.

A reportagem identificou, por meio do levantamento da OIM, 13 povos indígenas originários da Venezuela vivendo em todos os estados do Brasil. Entre os 3.725 indígenas contabilizados, a maioria pertence às etnias Warao (2.633) e Taurepang (703). Os dados consideram o fluxo migratório entre 2015 e 2024 e apontam que fatores climáticos e ambientais estão entre as principais motivações do deslocamento.

Realidade em ascensão

Os indígenas estão entre os 568.058 venezuelanos presentes no território brasileiro, de acordo com dados atualizados até junho de 2024, pela Plataforma R4V, que monitora o fluxo e inclui informações de agências da ONU e da sociedade civil envolvida no processo migratório.

No Brasil, as primeiras mudanças sobre a migração foram sentidas a partir de Pacaraima, cidade fronteiriça ao norte de Roraima, porta de entrada para venezuelanos. Do outro lado da fronteira, no país vizinho, está a cidade de Santa Elena de Uairén.

Para lidar com o intenso fluxo de migrantes que começaram a entrar no Brasil por Pacaraima, em 2018, o governo federal criou a Operação Acolhida, que oferece atendimento aos venezuelanos, incluindo indígenas, por meio da regularização do processo migratório e do acesso aos abrigos. Atualmente, Roraima conta com sete abrigos, sendo três exclusivos para a população indígena: Janokoida, Waraotuma a Tuaranoko e Jardim Floresta, todos na capital Boa Vista. Juntos, esses espaços acolhem 1.893 indígenas, o que representa 32% dos 5.971 migrantes abrigados no estado.

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