Direita caminha para 2026 com muitas opções, e esquerda foca Lula
Corrida eleitoral pelo Palácio do Planalto é apenas em 2026, mas partidos de direita já trabalham nomes de pré-candidatos
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A eleição presidencial será apenas em outubro de 2026, no entanto, a direita já movimenta o tabuleiro político ao ventilar alguns nomes como possíveis candidatos ao Palácio do Planalto. Do outro lado, a esquerda mantém o foco na reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda que ele mesmo condicione a candidatura a algumas questões, como o seu estado de saúde.
Entre os nomes da direita que buscam se cacifar, destacam-se o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), o do Paraná, Ratinho Jr (PSD), o de Minas, Romeu Zema (Novo), e o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Correm ainda por fora o cantor Gusttavo Lima e o ex-coach Pablo Marçal.
Apesar das construções em diferentes estágios, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível até 2030 por crimes eleitorais, mantém influência na direita e não se mostra disposto a abrir mão de tentar se candidatar no próximo pleito.
No entanto, a construção de um cenário para que Jair Bolsonaro consiga lançar candidatura para retornar ao Palácio do Planalto está cada vez mais acirrada. O ex-presidente foi denunciado, semana passada, pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pelos crimes de organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.
No caso de não concorrer, Bolsonaro tem sinalizado que prefere lançar algum familiar, como os filhos Flávio, senador pelo PL-RJ, ou Eduardo, deputado pelo PL-SP.
Entenda o cenário posto
- Apesar de eleição presidencial ainda estar distante, a direita já discute possíveis candidatos, enquanto a esquerda mantém o foco na reeleição de Lula.
- Inelegível até 2030, Jair Bolsonaro enfrenta dificuldades para viabilizar candidatura, ainda mais depois que foi denunciado pela PGR por crimes como organização criminosa e tentativa de golpe.
- O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) é o nome favorito dentro do PL para substituir o pai em eventual candidatura presidencial, por ser visto como menos radical que os irmãos.
- Lula é a opção da esquerda, mas enfrenta quedas de popularidade. Outros nomes cogitados são os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Camilo Santana (Educação), que encontram resistência dentro da base governista.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro, disse que tem o desejo de votar “em um Bolsonaro”, em 2026, caso o ex-presidente não consiga reverter a inelegibilidade.
“Eu gostaria de votar em um Bolsonaro. Não sei se é possível. Jair é o meu candidato, mas, se não, minha preferência está na família Bolsonaro”, disse o senador.
De acordo com integrantes do PL que o nome favorito entre os membros da família Bolsonaro para disputar a eleição presidencial de 2026 é o do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O político é tido como um bom articulador e menos radical, em comparação aos irmãos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ).
No campo da esquerda, Lula, que tem acumulado repetidas quedas de popularidade, desponta como a principal opção. Entre os aliados do petista, há quem cogite a candidatura dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Educação, Camilo Santana. Apesar disso, os nomes deles enfrentam dificuldades até mesmo dentro da base governista.