Casos de dengue estão em alta no Brasil. O que esperar das vacinas?
A vacina desenvolvida pelo Butantan só deverá estar disponível em meados de 2025. Em testes clínicos de fase 3, o imunizante mostrou uma eficácia de 79,6% para evitar a doença
Os meses mais quentes e chuvosos do ano são aqueles em que as cidades brasileiras, de qualquer porte, enfrentam o aumento da infestação do mosquito Aedes Aegypti. A fêmea contaminada é o principal vetor dessa doença infectocontagiosa que já faz parte da nossa rotina. Especialmente no verão, quando ela é capaz de se manifestar tanto de forma simples e branda quanto na sua condição mais grave, algumas vezes até mortal.
Até novembro de 2023, evidenciou-se um aumento de 15,8% nos casos de dengue no Brasil, totalizando 1.601.848 episódios registrados. Em 2022, o mesmo período registrou 1.382.665 casos.
Em relação aos óbitos, houve um aumento de 5,4% em 2023 (1.053) em comparação com 2022 (999). Porém, nota-se uma redução de 13% na taxa de letalidade dos casos, diminuindo de 0,072% em 2022 para 0,065% em 2023.
Importante registrar que os possíveis efeitos do fenômeno climático El Niño contribuiram para o aumento de casos de dengue nesta temporada. Já o aparecimento dos sorotipos 3 e 4, que começam a circular, não impacta o número atual de casos, mas será problema para o próximo ano.
Como a imunidade aos sorotipos 1 e 2 já é bastante disseminada no país, existe a possibilidade de que venham a ocorrer casos mais graves em pessoas que têm dengue e são reinfectadas por um sorotipo 3 ou 4, se isso ocorrer no período de seis meses a três anos após a primeira contaminação.
Isso acontece porque a imunidade provocada pelos sorotipos prevalentes no país ainda estará ativa se a pessoa for infectada por um novo sorotipo do vírus entre seis meses e três anos após ter a doença, o que eleva o risco de reações mais intensas do organismo. Um aumento que poderá ser ainda mais notado em crianças e idosos com comorbidades.