Um ano após morte, legado de Pelé segue vivo entre o tempo e a memória
Falecimento do "Atleta do Século" completa 365 dias nesta sexta (29). Mais de 6.000 pessoas já homenagearam o Rei em mausoléu

Um ano após a morte de Pelé, o legado do Rei segue vivo em inúmeros corações. O maior jogador de todos os tempos está sepultado no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, a poucos metros da Vila Belmiro. Ao todo, mais de 6.000 pessoas visitaram o mausoléu desde a abertura, em maio deste ano, segundo dados do próprio memorial. Entre elas, Gláucia Fujikawa e Rosana do Nascimento.
“Eu vi ele jogando e me apaixonei. A TV ainda era preta e branca, mas eu não perdia um jogo, era muita emoção. Você volta no tempo, né? Dá um aperto no coração. É triste, mas chegar aqui e ver é outra coisa. É uma energia, uma paz muito grande”, diz Gláucia, ainda emocionada após visitar o mausoléu de Pelé.
Logo na porta, duas estátuas do Rei convidam as pessoas a entrar. As paredes são envelopadas com fotos de torcedores na Vila e o chão é coberto por grama artificial.

Camisas da seleção, do Santos e do Cosmos, as três que o Rei vestiu na carreira, ocupam os quatro cantos da sala. Ao centro, a cripta do Atleta do Século, com detalhes em ouro e uma imagem do céu perfeitamente alinhada no teto acima.
Foi assim que o próprio Edson Arantes do Nascimento quis ser homenageado. Ele escolheu cada detalhe da sala, que não mede mais que 200 m², mas transporta a todos para o último ato do Rei.

“Você sente uma coisa diferente quando vem aqui. Eu não tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente. Um brasileiro, negro, pobre e que hoje é um ícone. Quando cheguei aqui, comecei a chorar. Não tem como não ficar emocionado. É tão bonito”, afirma Rosana do Nascimento, que por causa do sobrenome diz que é quase como se ela fosse filha do Rei.
Foi inclusive pela influência do pai que Rosana conheceu Pelé. Emocionada, conta que o pai também morreu, mas há quatro anos. Curiosamente, o dia em que ela decidiu visitar o mausoléu foi na data de falecimento do pai. “Ele era assim moreninho, baixinho, que nem o Pelé, e venceu na vida também”, lembra.