Primeira fala do Hezbollah amplia risco de guerra de Israel e Hamas se espalhar pelo Oriente Médio

Aliado de terroristas, Sayyed Nasrallah marcou pronunciamento cujo teor poderá escalar conflito, que já tem mais de 10 mil mortos
O teor do discurso do líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, marcado para esta sexta-feira (3), provoca apreensão no mundo pelo temor de que a guerra entre o Exército de Israel e o grupo terrorista palestino Hamas se espalhe pela região. O tom do pronunciamento do chefe da organização extremista libanesa, aliada do Hamas, pode promover uma escalada nas tensões e, em consequência, expandir os ataques com foguetes contra o Estado judeu.

Esta será a primeira vez que Nasrallah falará publicamente desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, no dia 7 de outubro. O pronunciamento está previsto para acontecer às 15h no horário local (10h no horário de Brasília).
A população do Líbano está preocupada com o discurso, uma vez que o país tem um histórico de confrontos armados com Israel – todos, sempre, resultaram em grande destruição. O sul libanês sofre significativamente mais com a resposta israelense do que qualquer outra região do país, o que inclui uma ocupação de 15 anos por Israel, entre 1985 e 2000.

“Mesmo entre os apoiadores [de Nasrallah, líder do Hezbollah], há pessoas que sentem que [o sul] sempre lutou contra Israel [no passado] e que, neste momento, não estamos prontos para uma guerra”, afirmou à emissora de TV árabe Al Jazeera um homem identificado só como Mohamad, residente do sul do Líbano. Ele não revelou o sobrenome, com medo de que o Hezbollah pudesse prejudicá-lo.
- Papel do Hezbollah na guerra
A violência entre Israel e o Hezbollah eclodiu pouco depois de o Hamas ter lançado um ataque-surpresa no sul de Israel, em que massacrou centenas de pessoas e sequestrou ao menos 239, segundo o último balanço. Cerca de 1.400 pessoas foram assassinadas na ofensiva terrorista.
O Estado judeu respondeu com bombardeios incessantes e o cerco total à Faixa de Gaza, impedindo o acesso de palestinos a produtos básicos, como água, comida, medicamentos, energia elétrica e combustível.
Embora centenas de caminhões com ajuda humanitária tenham entrado no território palestino pela passagem fronteiriça de Rafah nas últimas semanas, Israel impediu a entrega de combustível à região, alegando que isso poderia beneficiar o Hamas. Assim, vários hospitais tiveram que fechar as portas, e os poucos que ainda funcionam estão realizando procedimentos sem anestesia.