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Apagão foi causado por baixo desempenho em usinas eólicas e solares, diz ONS

Problema em agosto afetou consumidores em 25 estados e no DF; documento lista ‘centenas’ de providências a serem tomadas

O desempenho abaixo do esperado em equipamentos de controle de tensão de diferentes usinas eólicas e solares foi considerado a “causa raiz” do apagão registrado em 15 de agosto, que afetou consumidores em 25 estados e no Distrito Federal.

A conclusão consta em minuta do Relatório de Análise de Perturbação (RAP), encaminhada a agentes do setor pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O documento também cita “centenas” de providências a serem tomadas até julho de 2024 por diferentes agentes do setor, incluindo o próprio ONS e geradores eólicos e fotovoltaicos. São ações como ajustes em proteções, questões relacionadas à comunicação com os agentes no momento da recomposição de fornecimento de energia e a validação dos modelos matemáticos de todos os geradores eólicos e fotovoltaicos, citou o operador.

Anteriormente, o ONS já tinha ressaltado que o “evento zero” do apagão, identificado como sendo o desligamento da linha de transmissão Quixadá – Fortaleza II, de propriedade da Chesf, subsidiária da Eletrobras, não teria causado sozinho uma falha das proporções da que ocorreu. Houve interrupção no fornecimento de 34,5% da carga total que estava sendo gerada no momento. O órgão já havia dado sinais de que usinas de geração próximas a essa linha não apresentaram o desempenho esperado no que diz respeito ao controle de tensão.

“Esses dispositivos [equipamentos de controle de tensão] das usinas deveriam compensar automaticamente a queda de tensão decorrente da abertura da linha de transmissão. Porém, o desempenho no momento da ocorrência ficou aquém do previsto nos modelos matemáticos fornecidos pelos agentes e testados em simulações pelo ONS”, explicou o operador.

  • Iniciativas

Além das conclusões e das providências a serem adotadas, a minuta também cita as iniciativas que já foram tomadas, como a redução dos limites de intercâmbio entre submercados e outras medidas operativas na região Nordeste, além da adaptação da base de dados oficial, pelo ONS, para representar a performance dos referidos parques eólicos e fotovoltaicos tal como observada em campo durante a perturbação, de modo a utilizá-la nos estudos de caráter operativo.

O envio da minuta com as principais conclusões do Operador faz parte das etapas e dos ritos de elaboração do relatório, que deverá ser finalizado até 17 de outubro. Com a apresentação da minuta aos agentes, estes poderão se manifestar e dar suas contribuições ao relatório.

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