Governo minimiza apagão, ataca venda da Eletrobrás, e oposição surfa na crise
Cerca de 29 milhões de pessoas foram afetadas pela falta de energia elétrica em todos os estados ligados ao Sistema Interligado Nacional
O governo Lula tentou dar ao apagão elétrico dessa terça-feira (15/8) um ar de episódio isolado e sem risco à segurança energética do país; em contrapartida, a oposição aproveitou para surfar no momento negativo do Planalto. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), voltou às pressas do Paraguai e saiu em defesa do sistema elétrico nacional. Enquanto isso, pessoas ligadas ao governo atacaram a venda da Eletrobras.
Já os bolsonaristas foram às redes, desde o início da manhã, para criticar o atual momento, e fizeram piada com a situação. “Apagão, mas com amor”, alfinetou o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Apesar da abrangência do problema, especialistas concordam que o episódio pode ter sido, de fato, um problema isolado, mas que requer atenção das autoridades.
De toda maneira, a manhã de terça-feira foi caótica. Por conta de dois episódios seguidos (um em uma linha de transmissão no Ceará e outro em local ainda a ser identificado), um apagão atingiu 26 das 27 unidades da Federação – à exceção de Roraima, que não está integrada ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A situação prejudicou a vida de cerca de 29 milhões de brasileiros. Em alguns pontos, a falta de energia chegou a durar seis horas.
Os primeiros problemas começaram a ser relatados às 8h30. Os registros incluem metrôs inoperantes, semáforos apagados, pessoas presas em elevadores, estabelecimentos comerciais funcionando à luz de velas e outros.
A situação foi normalizada às 9h30 nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A retomada do fornecimento no Norte e Nordeste, porém, só ocorreu às 14h49.
- Eletrobras
Do lado dos petistas, não faltaram lembranças à privatização da Eletrobras. A primeira-dama Rosângela da Silva, por exemplo, postou um comentário seco na rede X, antigo Twitter: “A Eletrobras foi privatizada em 2022. Era só este o tuíte”. Mais tarde, já de volta ao solo nacional após ida ao Paraguai acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro Silveira também lembrou da privatização ao dar explicações à imprensa sobre o apagão. Segundo ele, a venda “fez mal ao sistema”.
Já no fim do dia, a equipe de Lula usou um grupo de WhatsApp para tratar do mesmo tema. “Bolsonaro privatizou a Eletrobras em 2022. Isso aconteceu da pior forma possível. TCU apontou um prejuízo de R$ 67 milhões. Menos de 1 ano depois temos um apagão em 25 estados e no DF. Acho que tá nítido de quem é a culpa, né? Apesar disso, governo Lula está colocando todos os seus esforços para que essa questão seja resolvida o mais rapidamente possível, causando o mínimo possível de transtornos aos brasileiros”, escreveu a equipe do petista.