Após críticas de Lula, Itamaraty elabora resposta sobre acordo entre Mercosul e União Europeia
Avaliação do documento pelos sul-americanos será no fim deste mês, seguida de mais uma rodada de negociações com os europeus
Em meio a críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Ministério das Relações Exteriores prepara uma resposta às novas exigências feitas pela União Europeia nas negociações do acordo com o Mercosul. O documento brasileiro deve ser discutido no fim deste mês pelos demais países do bloco – Argentina, Paraguai e Uruguai.
rodada de negociações. Nessa fase, a resposta brasileira deve ser avaliada pelos membros do Mercosul e da União Europeia, numa reunião prevista para ocorrer na capital argentina, Buenos Aires.
Negociado desde 1999, o acordo entre Mercosul e União Europeia está em fase de revisão, mas há entraves na questão ambiental. Recentemente, os europeus propuseram um documento adicional, chamado de side letter, que, segundo o governo brasileiro, impõe sanções em caso de descumprimento, mas só para o lado sul-americano.
Os países da Europa querem a garantia de que a intensificação do comércio entre os blocos não vai resultar no aumento de destruição ambiental no Brasil e demais países do Mercosul. Em contrapartida, o lado brasileiro é a favor de que não haja distinção na aplicação de eventuais sanções, ou seja, que ambos sejam penalizados do mesmo modo.
O acordo foi discutido por Lula e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. Em coletiva de imprensa, o chefe de Estado brasileiro expôs as “preocupações do Brasil com o instrumento adicional”. A política alemã disse esperar que as negociações sejam concluídas até o fim deste ano.