Depois de ficarem sem liderança, objetivo dos parlamentares que fazem oposição é ocupar a presidência de colegiados permanentes
Senadores de oposição vão se reunir com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e com lideranças dos blocos majoritários, nesta quinta-feira (9), para pedir a criação de novas comissões.
O objetivo dos parlamentares, que ficaram sem liderança, é ocupar a presidência de colegiados permanentes. Para isso, a sugestão é o desmembramento e a criação de novas comissões seguindo as nomenclaturas dos ministérios.
Uma possibilidade apresentada pelo bloco Vanguarda – composto pelo PL, PP e Republicanos – é de dividir a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). A estratégia da oposição segue o mesmo movimento do que foi feito por Arthur Lira (PP-AL) na Câmara. Para atender todos os aliados que o reelegeram presidente da Casa, foram criadas mais cinco comissões permanentes pelos deputados.
Outra possibilidade aventada pela oposição é ocupar vice-presidências relevantes, como a da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
- Negociações
Abertamente, os senadores do Vanguarda reduziram as ofensivas por não ocuparem cargos de liderança para aguardar os desdobramentos das negociações. “Já conversamos com o presidente [da Casa] e líderes. O movimento tem que vir, necessariamente, dos blocos majoritários”, afirmou o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN).
Além de reivindicar o cumprimento da distribuição levando em conta a proporcionalidade, a oposição tem usado como argumento para conseguir os espaços a necessidade de pacificar a polarização dentro do Congresso, o que foi prometido por Pacheco após vencer as eleições como presidente do Senado.
A líder do PP no Senado, Tereza Cristina (MS), citou o discurso de Pacheco em busca da pacificação e disse que “o que se observa nas eleições para Presidentes das Comissões do Senado é exatamente o inverso: não foi observada a proporcionalidade”, argumentou, durante instalação da Comissão de Meio Ambiente.
A estratégia adotada pelos membros do bloco Vanguarda foi se abster da votação da escolha de presidente em todas as comissões instaladas nesta quarta (8), ainda que as eleições tenham sido simbólicas.
Caso não haja um movimento para atender ao pleito da oposição, a expectativa é que os senadores acionem a Justiça para questionar o não cumprimento da proporcionalidade. No entanto, historicamente, o Supremo Tribunal Federal (STF) costuma não se debruçar sobre questões internas do Congresso.