Abono salarial, MEI, seguro-desemprego: veja o que muda com o salário mínimo
Governo oficializou salário mínimo de R$ 1.621 em 2026

O aumento de 6,79% no salário mínimo, que subirá de R$ 1.518 para R$ 1.621 em 2026, além de mudar o valor de aposentadorias e remunerações, terá impacto em outros programas federais.
Com o reajuste, também serão impactados outros benefícios atrelados ao salário mínimo como o abono salarial PIS/Pasep, o Benefício de Prestação Continuada (BPC); seguro desemprego, CadÚnico, além das contribuições de microempreendedores individuais (MEIs).
Conforme o decreto, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de 1º de janeiro de 2026 o novo valor diário do mínimo será de R$ 54,04, enquanto o valor horário será de R$ 7,37.
O reajuste do salário mínimo é calculado com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 12 meses encerrados em novembro (que ficou em 4,18%) mais 2,5% de aumento real (PIB de 2024, limitado a 2,5%). O índice de inflação é divulgado pelo IBGE e mede a inflação para as famílias com renda de até cinco salários mínimos.
Veja abaixo o que muda com o novo salário mínimo:
Aposentadorias
Com as alterações, o aposentado do INSS que recebe hoje o mínimo também terá reajuste de 7,5%. O vencimento daquele que ganha mais, no entanto, será corrigido pelo INPC de 2025 que só será divulgado no começo de janeiro. No acumulado de 12 meses até novembro, o índice ficou em 4,18%.
As aposentadorias com reajuste começarão a ser pagas no final de janeiro.

Também com o aumento do mínimo, para receber o Benefício de Prestação Continuada (BPC) – hoje é pago um salário mínimo a idosos com mais de 65 anos e pessoas com deficiência impedidas de trabalhar -, a renda per capita de cada membro da família não deve ser superior a 25% do piso nacional.
Abono salarial
Os pagamentos do PIS/Pasep começam em 15 de fevereiro e serão ao todo sete lotes. O valor é proporcional ao tempo de serviço do trabalhador no ano-base. O cálculo do valor do benefício corresponde ao número de meses trabalhados no ano-base multiplicado por 1/12 do valor do salário mínimo vigente na data do pagamento.
A estimativa é que 26,9 milhões de trabalhadores sejam beneficiados, totalizando R$ 33,5 bilhões em pagamentos.

Seguro-desemprego
No caso do seguro-desemprego, o valor também acompanhará o salário mínimo. O governo federal, entretanto, analisa precisa formalizar os novos valores.
Em 2025, os trabalhadores que tiveram direito ao benefício receberam entre R$ 1.528 e R$ 2.424,11
CadÚnico
A renda mínima das pessoas para entrar no Cadastro Único (CadÚnico), que dá acesso ao Bolsa Famílias e outros programas, também muda com o aumento do piso nacional.
Pelas regras atuais, podem ser registradas as famílias que vivem com renda mensal de até meio salário-mínimo por pessoa (R$ 810,50).
MEI e contribuições
Os microempreendedores individuais (MEIs) também serão afetados pela mudança no piso. A partir de 2026 passarão a recolher R$ 81,05 para o INSS, ou 5% do salário mínimo. Até então, esse valor era de R$ 75,90.
Para quem é MEI caminhoneiro o valor passará de R$ 182,16 para R$ 202,42, podendo variar entre R$ 202,42 e R$ 207,42 de acordo com o tipo de produto transportado e local para onde é destinado. O cálculo considera 12% do salário-mínimo para o INSS e as mesmas quantias do microempreendedor individual tradicional para ICMS e ISS.
As contribuições para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também serão reajustadas com o aumento do salário mínimo. A renda limite para o auxílio-reclusão e a cota do salário-família para segurados também sofrerão mudança, mas dependem de portaria a ser publicada pelo INSS.



