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Condenação de Bolsonaro reacende ameaças dos EUA; Mais sanções virão?

Condenação eleva tensão com os EUA, e Brasil fica sob pressão com manifestações de Trump e aliados

A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sete aliados pelos crimes de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito ampliou a tensão diplomática, política e econômica entre Estados Unidos e Brasil.

Com um tarifaço norte-americano de 50% sobre uma série de produtos ainda em vigor e com autoridades brasileiras já punidas, ameaças de novas sanções contra o Brasil ganham força após a decisão do Supremo. Essa pressão é explicitada por meio de numerosas declarações críticas por parte de membros do governo Trump e do próprio presidente dos EUA.

“Não percam a conta. Já tivemos manifestações duras do Secretário de Estado, do Vice-Secretário e agora do Subsecretário. Todos em tom de aviso do que virá. Isso sem contar o conselheiro político pessoal do presidente e inúmeros membros do Congresso dos EUA”, escreveu Paulo Figueiredo, braço direito do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e um dos principais articuladores de sanções e punições dos Estados Unidos contra o Brasil e autoridades locais.

Blitz norte-americana

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, se manifestou sobre a condenação de Bolsonaro no dia em que o ex-presidente foi condenado. Rubio, que foi o responsável pela suspenção do visto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e de outras autoridades, afirmou que o magistrado é “violador de direitos humanos” e segue realizando “perseguições políticas”. “Os Estados Unidos responderão adequadamente a essa caça às bruxas”, ameaçou o auxiliar de Trump.

O Itamaraty reagiu e rebateu a ameaça. “Continuaremos a defender a soberania do país de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem. Ameaças como a feita hoje pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia”, respondeu o Ministério das Relações Exteriores (MRE), em nota postada nas redes sociais também na quinta.

O vice-secretário do Departamento de Estado norte-americano, Christopher Landau, número dois de Rubio, escreveu na mesma rede social, em citação à publicação do chefe, que a decisão de Moraes conduz as relações entre Brasil e Estados Unidos “ao seu ponto mais sombrio em dois séculos”.

Já o subsecretário de Diplomacia Pública dos Estados Unidos, Darren Beattie, afirmou que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) trata-se de “censura e perseguição de Moraes” e que o país leva “esse acontecimento sombrio com a maior seriedade”.

As intimidações ao Brasil no pós-julgamento de Bolsonaro também vêm do Congresso dos EUA. Membro do Partido Republicano – o mesmo de Trump – o deputado Rich McCormick, da Geórgia, apoiou publicamente a imposição de sanções contra autoridades brasileiras ligadas ao STF e criticou o que chamou de ataque à democracia no país. Ele afirmou: “Os Estados Unidos estão com o povo brasileiro, a justiça está chegando e, tenham certeza, Moraes e todos que permitem seus abusos na Suprema Corte e no Congresso brasileiro serão severamente punidos”.

A declaração menos ameaçadora e sem referências à sanções diretas foi dada, contrariando expectativas, pelo presidente Donald Trump que, questionado sobre a possibilidade de novas punições ao Brasil, respondeu que achava que Bolsonaro havia sido um bom presidente e que é muito “surpreendente” que uma condenação como essa possa acontecer. “Mas é só isso que eu posso dizer”, concluiu Trump.

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