Após ano recorde, Brasil registra queda de 71,8% em áreas queimadas
Em 2024, o Brasil perdeu 30,8 milhões de hectares para o fogo, 79% a mais que 2023

O Brasil registrou uma redução significativa de 71,8% nas áreas que foram afetadas pelas queimadas florestais neste ano. Os dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontam que o país teve uma queda de 10.313.062 hectares queimados de janeiro a agosto de 2025 em comparação ao mesmo período do ano passado. O número reflete nas condições climáticas menos severas e nas estratégias para mitigar incêndios.
Em 2024, as estatísticas apontam um recorde histórico de 14.372.358 milhões de hectares que foram queimados, representando mais que o dobro de 2023, sendo um aumento de 166% (janeiro a agosto). Número este que, no mesmo período de 2025, reduziu para 4.053.476 milhões em áreas de vegetação prejudicadas pelos incêndios.
Charles Dayler, engenheiro agrônomo formado pela Universidade de Brasília (UnB), explicou que, nos últimos três anos, o Brasil foi acometido pelo fenômeno climático El Niño. Este evento deixava o Brasil mais suscetível a incêndios, em motivo de uma seca extensa e severa. Ele afirma que, neste ano, as condições climáticas forma mais brandas.
“A gente está tendo uma influência muito menor do El Niño, então o clima, os fatores climáticos, eles estão mais favoráveis para que a gente consiga ter uma redução na quantidade de incêndio florestal no Brasil como um todo. Tivemos algumas medidas institucionais, dentre elas a aprovação da Política Nacional de Manejo de Fogo”, afirmou o especialista.
O manejo de fogo foi uma das estratégias adotadas e a técnica consistia na aplicação planejada de fogo em determinada área para deixá-la mais resiliente, criando uma barreira natural no ambiente para evitar proliferação do fogo.
Os dados são baseados na análise das áreas dos seis biomas brasileiros e o número de queimadas de janeiro a agosto deste ano marcou a maior redução absoluta desde a época em que a UFRJ disponibiliza as estatísticas (2017).

Recorde de queimadas (2024) e a mitigação de incêndios florestais (2025)
Em 2024, o Brasil perdeu 30,8 milhões de hectares para o fogo, 79% a mais que 2023, com impacto maior na vegetação nativa. Número este que não deve ser alcançado este ano, visto que, as médias de queimadas estão abaixo do que foi registrado ano passado.
No ano passado, a seca e o El Niño aumentaram a vulnerabilidade dos biomas sendo: Cerrado perdeu 9,7 milhões de hectares, seguido por Pantanal (1,9 mi), Mata Atlântica (1 mi), Caatinga (330 mil) e Pampa (3,4 mil).
Janeiro a agosto do ano de 2025 marcaram o período com menos hectares queimados, sendo 4.053.476. 2018 foi o ano em que mais se aproximou da redução substancial, registrando 4.759.230 de hectares queimados.
Além das condições climáticas menos severas, as medidas de prevenção foram intensificadas. “O essencial é a manutenção das medidas de prevenção, seja execução de aceiros florestais nas proximidades de áreas verdes, principalmente unidades de conservação”, reforçou Charles.