
Considerada um dos biomas mais importantes em termos de biodiversidade, a Amazônia tornou-se berço de um ecossistema de extensa valorização da fauna e flora planetária. Apesar de abraçar as mais diversas espécies de plantas e animais, a região surpreende por seu cenário paradisíaco. Diante das paisagens de tirar o fôlego, é possível imergir no rio fervente Shanay-Timpishka.
Embora abrigue a maior parte de sua área (60%) em território brasileiro, o fenômeno natural é visitado de perto em terras peruanas. Na linguagem dos nativos, o rio leva esse nome por significar “ferver com o calor do Sol”. As águas que desaguam são ferventes, podendo chegar até 99°C, e geralmente estão atreladas ao funcionamento vulcânico, fator inexistente no local.
Mas afinal, o que justifica o evento?
De acordo com especialistas, a temperatura elevada encontrada no rio da Amazônia está associada a fontes geotérmicas em locais profundos embaixo do solo. Em um contexto histórico, companhias de extração de combustíveis fósseis tomaram conta da região em 1930, em busca de reservas de petróleo. Esse fator foi crucial para que o local apresentasse a configuração atual devido à deterioração.
Por outro lado, os nativos perpetuam a lenda de que as águas ferventes do Shanay-timpishka são criação de Yacumama, um espírito serpente gigante reverenciado como a Mãe das Águas. Dessa forma, os indígenas repassaram a ideia de que a terra é sagrada, uma vez que a entidade nasceu das profundezas por uma força poderosa.
Fatores negativos no entorno da Amazônia
Apesar de ser possível mergulhar por alguns minutos em algumas regiões do rio, a presença da água fervente carrega consigo prejuízos para o meio ambiente. Segundo Rodolfo Nóbrega, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, as mudanças climáticas comprometem a incidência de novas espécies.
“À medida que a temperatura [da região] aumenta, mesmo se houver disponibilidade de água [por perto], a capacidade de fotossíntese das plantas pode diminuir. O que eu acredito que esteja acontecendo é que as plantas estão sofrendo estresse com a temperatura, mesmo com água à sua volta”, explicou.