Governo Lula pagou apenas 17% das emendas obrigatórias de 2025
O Planalto pagou apenas R$ 6,8 bilhões dos R$ 38,8 bilhões previstos para 2025, e tem tentado liberar rubricas represadas de anos anteriores

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pagou apenas R$ 6,8 bilhões dos R$ 38,8 bilhões em emendas impositivas previstas para este ano. Isso representa um desembolso de apenas 17% das rubricas do Legislativo que possuem pagamento obrigatório por parte do Executivo.
O Planalto também deixou de pagar, até o momento, pelo menos 25% do valor de emendas impositivas de 2023 e 2024. Por isso líderes partidários de diversas vertentes políticas têm reclamado pelos corredores do Congresso que constantemente precisam bater à porta de ministérios com pires em mãos, cobrando o pagamento de emendas de anos anteriores que não foram desembolsadas pelo governo. E afirmam que a seca dificultará a vida do presidente no Legislativo.
Pagamentos
A execução das emendas impositivas dos últimos anos ocorreu desta forma:
- 2025: R$ 38,8 bilhões autorizados e R$ 6,8 bilhões(17,7%) pagos
- 2024: R$ 33,6 bilhões autorizados e R$ 24 bilhões (71,3%) pagos
- 2025: R$ 28,9 bilhões autorizados e R$ 21,7 bilhões (75,10%) pagos
As emendas impositivas são as individuais e as de bancadas estaduais. As transferências de comissões temáticas, conhecidas como novo orçamento secreto, não têm pagamento obrigatório, e em 2025 não tiveram sequer R$ 1 liberado. Elas são alvo de questionamentos no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo a falta de transparência desse tipo de repasse.
Foco no passado
Ao todo, o governo pagou R$ 16,3 bilhões em emendas parlamentares em 2025. Desse total, apenas R$ 6,8 bilhões (42,3%) corresponde a transferências previstas no Orçamento deste ano. O restante, R$ 9,4 bilhões (57,7%), é referente a rubricas definidas por congressistas de 2024 para trás. Ou seja: o Planalto tem priorizado descongestionar as verbas de exercícios anteriores.
A seca de emendas tem deixado deputados e senadores indispostos a ajudar o governo. Eles temem que suas bases eleitorais fiquem desabastecidas de recursos num ano pré-eleitoral, o que atrasaria a execução de obras nos estados. O financiamento de equipamentos e ações públicas em prefeituras aliadas é uma ferramenta valiosa, sobretudo para os parlamentares do Centrão, na busca pela reeleição.