Envio de navios à Venezuela é “demonstração de força”
Grupo naval inclui três destróieres, um submarino nuclear e aviões de monitoramento marítimo, mas especialistas questionam adequação da força para combate ao narcotráfico

Os Estados Unidos enviaram uma força naval à costa da Venezuela, composta por três destróieres, um submarino nuclear e aviões Poseidon P-8 de monitoramento marítimo. A operação é apresentada oficialmente como parte dos esforços americanos no combate aos cartéis de drogas na região.
O destacamento inclui também uma unidade expedicionária anfíbia liderada pelo USS Ildima, um navio com capacidade para operações de helicópteros e desembarque. No entanto, parte da força teve que retornar devido a um furacão na região, reduzindo o contingente inicial previsto.

Questionamentos sobre a missão
Especialistas em defesa apontam inconsistências entre o aparato militar mobilizado e o objetivo declarado de combate ao narcotráfico. O submarino nuclear, por exemplo, seria grande demais para interceptar as pequenas embarcações submersíveis utilizadas pelos traficantes, enquanto os mísseis teleguiados dos destróieres seriam desproporcionais para interceptar aviões de pequeno porte.

A força mobilizada, com aproximadamente 2.200 fuzileiros navais, é considerada simultaneamente excessiva para operações antidrogas e insuficiente para uma eventual invasão do território venezuelano. Analistas sugerem que a verdadeira intenção pode ser incentivar setores das forças armadas venezuelanas a uma possível insurreição, demonstrando apoio militar americano.
A movimentação militar também é interpretada como uma demonstração de poder dos Estados Unidos na América Latina, alinhada à atual política externa que prioriza questões como imigração e narcotráfico como justificativas para projeção de força na região.