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Reino Unido usa reconhecimento da Palestina para pressionar Israel

Segundo o premiê do Reino Unido, país pode reconhecer o Estado da Palestina caso Israel não se comprometa a encerrar a guerra em Gaza

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou que pode reconhecer o Estado da Palestina, assim como anunciou a França recentemente, caso o governo de Israel não se esforce para o fim do conflito na Faixa de Gaza. 

Nos quase 4 minutos em que falou sobre o conflito no Oriente Médio, Starmer pediu que o sofrimento na região acabe. Para ele, o fim da guerra deve passar por um trabalho de “longo prazo”, que inclui a solução de dois Estados. O premiê, porém, sinalizou que só deve reconhecer a Palestina caso Israel não se esforce para encerrar a guerra.

“Eu posso confirmar que o Reino Unido reconhecerá o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, a menos que o governo de Israel tome medidas substantivas para pôr fim à terrível situação em Gaza, concordar com um cessar-fogo e comprometer-se com uma paz sustentável de longo prazo, reavivando a perspectiva de uma Solução de Dois Estados”, disse Starmer em um pronunciamento.

Tal solução, segundo o político britânico, deve passar também pela volta do envio de ajuda humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU), e a promessa do fim de anexações israelenses na Cisjordânia ocupada.

Ao Hamas, Starmer pediu que o grupo palestino liberte todos os reféns que ainda estão em Gaza, assine o acordo de cessar-fogo que vem sendo discutido com mediação dos EUA, Catar e Egito, se desarme e não participe mais do governo no enclave palestino.

O governo de Israel, por meio do Ministério das Relações Exteriores, rejeitou a declaração de Starmer. Assim como argumentos utilizados anteriormente, contra países que deram sinalizações positivas ao reconhecimento da Palestina, Tel Aviv classificou a decisão como “uma recompensa para o Hamas”.

Fome em Gaza

A sinalização do premiê britânico, que já havia defendido o reconhecimento da Palestina na última semana, aconteceu após encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Escócia.

No encontro, o líder norte-americano discordou de uma declaração de Netanyahu, que alegou a não existência de fome em Gaza – onde pessoas tem morrido devido a falta de entrada de alimentos no enclave, após bloqueios impostos pelo governo israelense.

Até o momento, mais de 60 mil palestinos já morreram desde outubro de 2022, quando Israel iniciou a operação militar na Faixa de Gaza. Destes, a estimativa é de que 147 tenham sido vítimas da fome e desnutrição.

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