Crise diplomática entre Brasil e EUA ameaça 1 milhão de empregos e paralisa o transporte rodoviário de cargas
Setor logístico entra em alerta com retração das exportações e redirecionamento de rotas

O transporte rodoviário de cargas enfrenta uma ameaça direta à sua sustentabilidade. Desde julho de 2025, a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos provoca recuo imediato nas exportações.
Isso afeta rotas estratégicas e empresas logísticas.
O SETCESP (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região) alertou, em 20 de julho, para riscos graves no setor logístico. O cenário pode comprometer milhões de empregos formais.
De acordo com o IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Cargas), mais de 450 mil empregos diretos estão concentrados apenas no Estado de São Paulo. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) confirma a atuação de mais de 34 mil empresas no transporte rodoviário de cargas (TRC).
Em nível nacional, o setor responde por 65% da movimentação de cargas do Brasil. Isso inclui operações portuárias voltadas para exportações e importações em todo o território brasileiro.
Fluxo de cargas desacelera e custos operacionais disparam
Diante do cenário atual, as empresas já enfrentam retração significativa no volume de cargas. O redirecionamento das rotas internacionais aumentou os custos operacionais de forma imediata.
A situação elevou os riscos para os negócios logísticos. Empresários relatam, portanto, insegurança para planejar novos investimentos ou expandir operações em meio à instabilidade internacional.
Com os Estados Unidos representando um dos principais destinos das exportações brasileiras, qualquer tensão nas relações causa impactos expressivos e imediatos no setor de cargas.
A perda de carga, associada à instabilidade no comércio exterior, coloca em risco milhares de postos de trabalho ligados diretamente à logística nacional. Toda a cadeia produtiva sofre os reflexos dessa crise.
Sustentação do setor exige retomada imediata do diálogo diplomático
O momento exige uma postura de estadista por parte do governo federal. O sindicato afirma que é fundamental agir com urgência, humildade e inteligência.
É necessário reconstruir as pontes diplomáticas com os Estados Unidos, restaurando a confiança do mercado e evitando a desorganização do sistema logístico brasileiro.
De acordo com a nota emitida em 20 de julho de 2025, vaidades políticas não podem se sobrepor ao bem-estar coletivo e à estabilidade da economia nacional.
A economia brasileira depende de estabilidade, segurança jurídica e previsibilidade para que as empresas continuem operando com eficiência e mantendo empregos em todo o país.
O TRC é um dos pilares da infraestrutura econômica do Brasil. Sua fragilidade compromete o desenvolvimento sustentável e a capacidade do país de crescer de forma estruturada.
Empresas relatam prejuízos e congelamento de investimentos
Com a continuidade da crise, transportadoras brasileiras já relatam prejuízos expressivos e paralisação de investimentos considerados estratégicos para o setor logístico nacional.
Contratos foram suspensos e frotas permanecem ociosas em várias regiões, enquanto a redução da demanda ameaça a manutenção da capacidade operacional das empresas de transporte.
Em muitos casos, a incerteza sobre o futuro das exportações impede qualquer movimentação estratégica no curto prazo. O planejamento de longo prazo também foi afetado.
A retração nas relações comerciais atinge a base econômica de centenas de cidades brasileiras, especialmente nos polos logísticos espalhados por diferentes estados do país.
Empresários do setor afirmam que, sem uma solução diplomática eficaz e célere, os efeitos da crise tendem a se intensificar nas próximas semanas.
Sindicato reforça apoio ao setor e pede ação coordenada do governo
O SETCESP encerra sua nota reafirmando solidariedade às empresas que, infelizmente, sofrem os reflexos diretos da crise diplomática entre os dois países.
Por isso, o sindicato ressalta a urgência de ações coordenadas, pois é preciso defender o setor, preservar empregos e manter as operações logísticas funcionando em todo o Brasil.