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Entenda as estratégias do Brasil na guerra comercial com os EUA

O Brasil tem menos de duas semanas para reverter a imposição da sobretaxa de 50% sobre as exportações brasileiras pelos EUA

O governo brasileiro intensificou os esforços para reverter a imposição de tarifas de 50% pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra os produtos brasileiros vendidos ao país. As novas taxas estão previstas para entrar em vigor a partir de 1º de agosto, e o Planalto corre contra o tempo para resolver o impasse antes da data-limite.

Nos últimos dias, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSB), comandou uma bateria de reuniões com representantes do setor da indústria, do agronegócio e de entidades do movimento trabalhista.

Além de Alckmin, as conversas contaram com a presença de ministros, como Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Carlos Fávaro (Agricultura).

O palco das articulações foi o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Na pasta, o governo recebeu representantes da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Coca-Cola, Amazon, entre outros empresários e entidades impactadas pela medida.

Plano do governo para reverter tarifaço

A estratégia do governo é ampliar o debate e obter o apoio dos setores nas negociações com os norte-americanos. Ao unificar o discurso de defesa da soberania nacional, o governo pretende reverter a sanção comercial antes que as tarifas entrem em vigor.

Ao fim da rodada de conversas, ficou definido que o foco será tentar reverter as sanções até 31 de julho, sem solicitar a prorrogação do prazo. Para isso, Alckmin conta com a ajuda dos setores na interlocução com os parceiros nos EUA.

No entanto, o governo não descarta a possibilidade de solicitar extensão do prazo para negociar. Enquanto isso, vários produtos perecíveis estão em alto mar, o que preocupa os empresários que podem sofrer impactos financeiros significativos.

Das 25 economias sobretaxadas por Trump, o Brasil lidera a lista com a maior tarifa unilateral: de 50%. Com o tarifaço, diversos setores produtivos podem ser afetados, com destaque para o agro e indústria de produção.

Segundo dados do MDIC, cerca de 12% das exportações brasileiras têm como destino o mercado norte-americano.

Entre os principais bens vendidos aos EUA estão: óleos brutos de petróleo, ferro, aço, celulose, café, suco de laranja, carne bovina, aeronaves e máquinas para o setor de energia.

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